sábado, 30 de abril de 2011

"Sejam aquilo que Deus quer para vós, e colocareis fogo no mundo”.

Fonte: in Exame.com, 30/04/2011




Depois dos últimos acontecimentos em Londres com o enlace matrimonial dos Duques de Cambridge, algumas palavras...

O casal da esperança, em tempos de invernia...
Na verdade, este casamento poderá ter imensos significados nestes tempos que correm. Destacam-se alguns mais relevantes...
A resposta de uma nova-geração a uma velha-geração que achava que tudo era liberdade e direitos.
Uma nova-geração que quer ser livre, mas que não renega a instituição familiar, a tradição e os valores sociais. Afinal, ser conservador não é sinónimo de ser louco...
Um ar fresco na instituição monárquica, quer inglesa, quer europeia.
Uma resposta a regimes republicanos caducos e desacreditados. Afinal, a monarquia ainda mobiliza um país inteiro.
Guilherme e Catarina de Cambridge, não representam só uma instituição, representam uma geração inteira que acha que a liberdade e a democracia são importantes, mas mais importante que isso são os valores institucionais e sociais.
Na verdade, um fardo pesado que terão que carregar...
Saibam eles viver e orientar a sua vida pela frase de Santa Catarina de Sena, que se celebrou ontem:


"Sejam aquilo que Deus quer para vós, e colocareis fogo no mundo”.
Amen


quinta-feira, 28 de abril de 2011

S. Pedro Chanel, presbítero e mártir

Nasceu em Cuet (França) no ano 1803. Ordenado sacerdote, exerceu o ministério pastoral por algum tempo. Depois entrou no Sociedade de Maria (Maristas) e partiu como missionário para a Oceânia. Apesar de dificuldades de toda a espécie, conseguiu converter alguns pagãos, o que provocou o ódio dos sicários que lhe deram a morte na ilha Futuna em 1841.


in Liturgia das Horas, pág. 1563

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Da Homilia Pascal de um Autor antigo

Recordando Paulo a felicidade da salvação recuperada, exclama: Assim como por Adão a morte entrou no mundo, assim também por Cristo foi restituída ao mundo a salvação. E de novo: O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo, vindo do Céu, é celeste.

E diz ainda: Assim como trazemos a imagem do homem terreno, ou seja, do homem envelhecido no pecado, assim nos devemos revestir da imagem do homem celeste, isto é, conservar a salvação do homem recuperado, redimido, renovado e purificado em Cristo. Segundo o mesmo Apóstolo, Cristo é o princípio, quer dizer, o autor da ressurreição e da vida; vêm depois os que são de Cristo, isto é, os que, vivendo na imitação da sua santidade, podem considerar-se seguros na esperança da ressurreição e receber com Ele a glória da promessa celeste. O mesmo Senhor no-lo assegura no Evangelho: Quem me seguir não perecerá, mas passará da morte para a vida.

Deste modo, a paixão do Salvador é a salvação da vida humana. Precisamente para isso quis Ele morrer por nós, acreditando n' Ele, vivamos para sempre. Ele quis, por algum tempo, reduzir-Se à nossa condição humana, para que nós, obtida a promessa da sua eternidade, com Ele vivamos para sempre.

É esta a grande graça dos mistérios celestes, este o dom da Páscoa, esta a solenidade anual sempre esperada, este o princípio da nova criação.

Nesta solenidade, os novos filhos que são gerados nas águas vivificantes da santa Igreja, com a simplicidade de crianças recém-nascidas, fazem ouvir as vozes da sua consciência inocente; nesta solenidade, os pais e mães cristãos obtêm, por meio da fé, uma nova e inumerável descendência.

Nesta solendidade, brilha o esplendor dos círios, sob a árvore da fé, com o fulgor que irradia da imaculada fonte baptismal; nesta solenidade, desce do Céu o dom da graça que santifica os recém-nascidos e o sacramento espiritual do mistério admirável que os alimenta.

Nesta solenidade, a assembleia dos fiéis, alimentada no regaço maternal da santa Igreja, formando um só povo e uma só família, adorando a Unidade da natureza divina e o nome da Trindade ominpotente, entoa com o Profeta o salmo da grande festa anual: Este é o dia que o Senhor fez; exultemos e cantemos de alegria.

Mas pergunto, que dia é este? É o dia que nos trouxe o princípio da vida, a origem e o autor da luz, o próprio Senhor Jesus Cristo, que de Si mesmo afirma: Eu sou o dia; quem caminha de dia não tropeça; isto é, aquele que em todas as coisas segue a Cristo chegará, seguindo os seus passos, ao trono da eterna luz: Assim pedia Ele ao Pai, em nosso favor, quando ainda vivia no seu corpo mortal, ao dizer: Pai, quero que onde Eu estou, aí estejam também os que acreditaram em Mim; para que assim como Tu estás em Mim e Eu em Ti, assim também eles permaneçam em Nós.


(Sermão 35, 6-9: PL 17 (ed. 1879), 696-697)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Porque há pessoas que negam a Deus, se elas O podem descobrir pela razão?

Descobrir Deus invisível é um grande desafio para o espírito humano. Muitos, perante isso, recuam de medo. Alguns também não querem descobrir precisamente porque, então, teriam de mudar a sua vida. Quem diz que a questão de Deus é absurda, porque insolúvel, torna o assunto demasiado simples. [37-38]


in YOUCAT, Ed. Paulus, 2011, pág. 16

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Podemos descobrir a existência de Deus com a nossa razão?

Sim, a razão humana pode, seguramente, descobrir Deus. [31-36, 44-47]

O mundo não pode ter origem nem fim em si mesmo.
Em tudo o que existe está mais do que aquilo que se vê.
A ordem, a beleza e o desenvolvimento do mundo apontam para fora de si mesmos e remetem para Deus. Cada pessoa humana está aberta ao Verdadeiro, ao Bom e ao Belo. Ela escuta, dentro de si, a voz da consciência, que a impele para o bem e a adverte do mal. Quem segue esta pista encontra Deus.

in YOUCAT, Ed. Paulus, 2011, pág. 16

domingo, 24 de abril de 2011

Para dizer SIM

Durante toda a semana algures numa localidade deste país...
A Igreja celebrou a Semana Santa.
Um tempo que foi aproveitado para a reflexão e para tomar o pulso ao país real.
Sentir que existem jovens empenhados e preocupados com o futuro.
Sentir que existem pessoas e não números.
Sentir que existem pessoas que sofrem, no silêncio.
Sentir que existem pessoas que necessitam de um sorriso.
Sentir que existem pessoas que basta uma palavra e o dia será totalmente diferente.
Olhar nos olhos e sentir Cristo Vivo que nos fala, que nos interpela. Cristo que nos pede as mãos, para que com elas possamos ser Paz, Alegria, Amor e Carinho.
E neste cruzamento de olhares o espírito foi-se preparando.
Afinal, é tempo de dizer, sem medo, SIM!
SIM ao Caminho...
SIM à Verdade...
SIM à Vida...

sábado, 16 de abril de 2011

Porque procuramos Deus?

Deus colocou no nosso coração um desejo: procurá-l'O e encontrá-l'O. Santo Agostinho diz: "Tu criaste-nos para Ti e o nosso coração está irrequieto até encontrar o descanso em ti." A este desejamos chamamos RELIGIÃO. [27-30]


A busca de Deus é natural na pessoa humana. Toda a sua aspiração pela verdade e pela felicidade é, no fundo, uma busca daquilo que a sustenta absolutamente, que a satisfaz absolutamente, que a torna absolutamente útil. Uma pessoa só está totalmente consigo própria quando encontrou Deus. "Quem procura a verdade procura Deus, seja isso evidente ou não para ela." (Santa Edith Stein)


in YOUCAT, Ed. Paulus, 2011, pág. 15

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Porque nos criou Deus?

Deus criou-nos por livre e desinteressado amor. [1-3]


Quando uma pessoa ama, o seu coração transborda.

Ela deseja partilhar a alegria com os outros. Nisso ela parece-se com o seu Criador. Embora Deus seja um mistério, podemos pensá-lO de um modo humano e dizer: Ele criou-nos a partir do "excesso" do Seu amor. Ele queria partilhar a Sua infinda alegria connosco, criaturas do Seu amor.


in YouCat, Ed. Paulus, 2011, pág. 14

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Porque estamos no mundo?

Estamos no mundo para conhecer e amar Deus, para fazer o bem segundo a Sua vontade e um dia ir para o Céu. [1-3, 358]

Ser pessoa humana significa vir de Deus e ir para Deus.
Nós vimos de mais longe que dos nossos pais. Nós vimos de Deus, do qual provém toda a felicidade do Céu e da Terra, e somos esperados na Sua eterna e ilimitada bem-aventurança. Entretanto, vivemos neste mundo. De vez em quando, sentimos a proximidadde do nosso Criador; frequentemente, não sentimos mesmo nada. Para encontrarmos o caminho para casa, Deus enviou-nos o Seu filho, que nos libertou do pecado, nos salvou de todo o mal e nos conduz infalivelmente à verdadeira Vida. Ele é «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6)

in YouCat, Ed. Paulus, 2011, pág. 14

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Aos jovens...

Queridos jovens amigos!

Hoje aconselho-vos a leitura de um livro extraordinário. É extraordinário pelo seu conteúdo mas também pelo modo em que se formou, que desejo explicar-vos brevemente, para que se possa compreender a sua particularidade. Youcat teve origem, por assim dizer, de outra obra que remonta aos anos 80. Era um período difícil para a Igreja e para a sociedade mundial, durante o qual surgiu a necessidade de novas orientações para encontrar o caminho rumo ao futuro. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) e no mudado clima cultural, muitas pessoas já não sabiam correctamente no que os cristãos deveriam acreditar exactamente, o que a Igreja ensinava, se ela podia ensinar algo tout court e como tudo isto podia adaptar-se ao novo clima cultural.

O Cristianismo como tal não está superado? Pode-se ainda hoje racionalmente ser crente? Estas são as questões que muitos cristãos se formulam até nos nossos dias. O Papa João Paulo II optou então por uma decisão audaz: deliberou que os bispos do mundo inteiro escrevessem um livro com o qual responder a estas perguntas.

Ele confiou-me a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e de vigiar a fim de que das suas contribuições nascesse um livro — quero dizer, um livro verdadeiro e não uma simples justaposição de uma multiplicidade de textos. Este livro devia ter o título tradicional de Catecismo da Igreja Católica e todavia ser algo absolutamente estimulante e novo; devia mostrar no que a Igreja Católica crê hoje e de que maneira se pode acreditar de modo racional. Assustei-me com esta tarefa e devo confessar que duvidei que algo semelhante pudesse ter bom êxito. Como podia acontecer que autores espalhados pelo mundo pudessem produzir um livro legível? Como podiam homens que vivem em continentes diversos, e não só sob o ponto de vista geográfico, mas inclusive intelectual e cultural, produzir um texto dotado de uma unidade interna e compreensível em todos os continentes?

A isto acrescentava-se o facto de que os bispos deviam escrever não simplesmente como autores individuais, mas em representação dos seus irmãos e das suas Igrejas locais. Devo confessar que até hoje me parece um milagre o facto de que este projecto no final se realizou.

Encontrámo-nos três ou quatro vezes por ano por uma semana e debatemos apaixonadamente sobre cada parte do texto, na medida em que se desenvolvia.

Como primeira atitude definimos a estrutura do livro: devia ser simples, para que cada grupo de autores pudesse receber uma tarefa clara e não forçar as suas afirmações num sistema complicado. É a mesma estrutura deste livro; ela é tirada simplesmente de uma experiência catequética de um século: o que cremos / de que modo celebramos os mistérios cristãos / de que maneira temos a vida em Cristo / de que forma devemos rezar. Não quero explicar aqui o modo como debatemos sobre a grande quantidade de questões, até chegar a compor um livro verdadeiro. Numa obra deste género são muitos os pontos discutíveis: tudo o que os homens fazem é insuficiente e pode ser melhorado, e não obstante, trata-se de um grande livro, um sinal de unidade na diversidade. A partir das muitas vozes pôde-se formar um coro porque tínhamos a comum partitura da fé, que a Igreja nos transmitiu desde os apostólos, através dos séculos até hoje.

Por que tudo isto?

Desde a redacção do CIC, tivemos que constatar que não só os continentes e as culturas das suas populações são diferentes, mas também no âmbito de cada sociedade existem diversos «continentes»: o trabalhador tem uma mentalidade diferente do camponês; um físico de um filólogo; um empresário de um jornalista, um jovem de um idoso. Por este motivo, na linguagem e no pensamento, tivemos que nos colocar acima de todas estas diferenças e, por assim dizer, buscar um espaço comum entre os diferentes universos mentais; com isto tornamo-nos cada vez mais conscientes do modo como o texto exigia algumas «traduções» nos diversos mundos, para poder alcançar as pessoas com as suas mentalidades diferentes e várias problemáticas. Desde então, nas Jornadas Mundiais da Juventude (Roma, Toronto, Colónia, Sydney) reuniram-se jovens de todo o mundo que querem acreditar, que estão em busca de Deus, que amam Cristo e desejam caminhos comuns. Neste contexto perguntámo-nos se não deveríamos traduzir o Catecismo da Igreja Católica na língua dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no seu mundo. Naturalmente, também entre os jovens de hoje existem muitas diferenças; assim, sob a comprovada guia do arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, formou-se um Youcat para os jovens. Espero que muitos se deixem cativar por este livro.

Algumas pessoas dizem-me que o catecismo não interessa à juventude moderna; mas não acredito nesta afirmação e estou certo de que tenho razão. A juventude não é tão superficial como é acusada de o ser; os jovens querem saber deveras no que consiste a vida. Um romance policial é empolgante porque nos envolve no destino de outras pessoas, mas que poderia ser também o nosso; este livro é cativante porque nos fala do nosso próprio destino e portanto refere-se de perto a cada um de nós.

Por isso, exorto-vos: estudai o catecismo! Estes são os meus votos de coração. Este subsídio ao catecismo não vos adula; não oferece fáceis soluções; exige uma nova vida da vossa parte; apresenta-vos a mensagem do Evangelho como a «pérola de grande valor» (Mt 13, 45) pela qual é preciso dar tudo. Portanto, peço-vos: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Sacrificai o vosso tempo por ele! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, lede-o em dois, se sois amigos, formai grupos e redes de estudo, trocai ideias na internet. Permanecei de qualquer modo em diálogo sobre a vossa fé!

Deveis conhecer aquilo em que credes; deveis conhecer a vossa fé com a mesma exactidão com a qual um perito de informática conhece o sistema operativo de um computador; deveis conhecê-la como um músico conhece a sua peça; sim, deveis ser muito mais profundamente radicados na fé do que a geração dos vossos pais, para poder resistir com força e decisão aos desafios e às tentações deste tempo. Tendes necessidade da ajuda divina, se a vossa fé não quiser esgotar-se como uma gota de orvalho ao sol, se não quiserdes ceder às tentações do consumismo, se não quiserdes que o vosso amor afogue na pornografia, se não quiserdes trair os débeis e as vítimas de abusos e violência.

Se vos dedicardes com paixão ao estudo do catecismo, gostaria de vos dar ainda um último conselho: sabei todos de que modo a comunidade dos fiéis recentemente foi ferida por ataques do mal, pela penetração do pecado no seu interior, aliás, no coração da Igreja. Não tomeis isto como pretexto para fugir da presença de Deus; vós próprios sois o corpo de Cristo, a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso amor a esta Igreja todas as vezes que os homens obscurecerem o seu rosto. «Sede diligentes, sem fraqueza, fervorosos de espírito, dedicados ao serviço do Senhor» (Rm 12, 11).

Quando Israel se encontrava no ponto mais obscuro da sua história, Deus chamou em seu socorro não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias; ele sentiu-se chamado a uma missão demasiado grande: «Ah! Senhor Javé, não sou um orador, porque sou ainda muito novo!» (Jr 1, 6). Mas Deus replicou: «Não digas: sou ainda muito novo — porquanto irás aonde Eu te enviar, e dirás o que Eu te mandar» (Jr 1, 7). Abençoo-vos e rezo cada dia por todos vós.

BENEDICTUS PP. XVI

terça-feira, 12 de abril de 2011

Olhar para o futuro

Se aprendermos com a nossa História, certamente não iremos ficar a ver navios. Há ainda muito mar para navegar.


Todo o mundo é composto de mudança, escreveu Luís de Camões. O povo, sábio e também poeta, costuma dizer que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe. Toda a nossa vida é feita de reajustes e adaptações às circunstâncias que vão surgindo pelo caminho. Aquilo que fazemos com essas circunstâncias marca o presente e o futuro.

É chegada a hora de ajustarmos a nossa vida às circunstâncias da situação social, económica e financeira do país. Não é possível voltar atrás. Portugal tem de mudar e não pode repetir os erros do passado.

Um general romano dizia que havia um povo muito estranho na parte Ocidental da Ibéria que não se governava nem se deixava governar. Referia-se aos lusitanos, aos nossos antepassados. Se olharmos com mais atenção para a nossa História, vamos ver outros momentos de desgoverno. A História de Portugal deve ser olhada com mais atenção para que os erros não se repitam tantas vezes.

Recorde-se que há um século, por exemplo, aquando da implantação da República, o país estava pobre e endividado. Passaram cem anos e parece que, em algumas coisas, parámos no tempo. É certo que muita coisa importante mudou, mas os problemas estruturais criaram raiz. Talvez tenha chegado o momento de ver nesta crise a oportunidade para mudar de vida. De reinventar. De criar. Com ética.

O sangue que corre nas veias dos portugueses é o daqueles que se voltaram para o mar e viram nele horizontes de futuro. Se aprendermos com a nossa História, certamente não iremos ficar a ver navios. Há ainda muito mar para navegar, muitas relações lusófonas para aprofundar, outros mundos para explorar e cuidar. Não há que ter medo de passar além do Bojador. É o Cabo da Boa Esperança que podemos alcançar, desde que haja união, como houve outrora, para remarmos todos rumo ao futuro do nosso país.


Sílvia Júlio, in Família Cristã, 11/04/2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma questão de verdade moral...

"O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu este domingo em Braga exigiu “verdade” diante do atual momento político e económico do país, alertando para os que se “servem dos bens públicos”

“Sem verdade nem moral nas atitudes degrada-se a vida pública mediante a instituição de redes e grupos de influência que se servem dos bens públicos com o fim de enriquecimento pessoal”, disse o arcebispo Jorge Ortiga.

Na homilia proferida durante a ordenação episcopal de Pio Alves, novo bispo auxiliar do Porto, o também responsável pela arquidiocese de Braga afirmou que “sem verdade nem moral nas atitudes” se “degrada a vida pública mediante a instituição de redes e grupos de influência que se servem dos bens públicos com o fim de enriquecimento pessoal”.

Para o presidente da CEP, existe na sociedade uma “histérica e estéril procura de verdade”, a que os católicos devem reagir, num “cenário quase trágico para a sociedade contemporânea”.

“Inundados pelo ceticismo existencial e sem promessa de futuro, estatizados por um mal-estar político, económico-financeiro, nós cristãos acreditamos que podemos chegar à verdade pelo pensamento, pela experiência da fé, pelo amor e pela esperança, como exercício autêntico da amizade com Deus e da caridade para com os irmãos”, afirmou.

Segundo o arcebispo de Braga, falta “uma consciência moral coletiva capaz de gerar confiança e entrega gratuita às causas humanas”, pelo que “urge uma mudança de paradigma social que todos reconhecem como óbvia e necessária”.

“Enquanto as vítimas da história, da mentira e da maldade humanas não forem justificadas, permanecerá a impunidade e o descrédito de toda sociedade e das estruturas públicas responsáveis pela sadia convivência entre todos os cidadãos”, alertou.

Hoje, em Beja, o bispo António Vitalino afirmou que o povo português “precisa de ganhar confiança naqueles que se apresentam como candidatos ao governo deste país”, perspetivando as eleições legislativas de 5 de junho.

“Creio que esta confiança terá de basear-se no testemunho de uma vida moral, com critérios observáveis e válidos para todos”, afirma o prelado na sua nota semanal para a «Rádio Pax», também enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Beja deixa votos de que se promova “uma vida nova de pessoas, políticos e governo prontos para a verdade, a transparência e o interesse pelo bem comum”. "


in Agência Ecclesia, 11/04/2011

domingo, 10 de abril de 2011

Um momento na vida...

"Eu continuo a ser o mesmo solitário que era e procuro o meu caminho sem a ajuda de outros, mas agora tenho uma obrigação histórica. Não tenho lar, uma mulher, filhos, irmãos, pais. Os meus amigos são apenas meus amigos enquanto partilham da minha opinião política. E, no entanto, estou satisfeito, uma vez que experimento algo na minha vida, não apenas uma força interior firme, que eu sempre senti, mas também o poder de arrastar outros e um sentido de missão absolutamente fatalista, que me leva todo o medo."


Ernesto Che Guevara

sábado, 9 de abril de 2011

Nem só de pão vive o Homem...

"Quando o Senhor me avisou, eu compreendi; vi então as maquinações dos meus inimigos. Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro e ignorava a conjura que tramavam contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor, arranquemo-la da terra dos vivos, para não mais se falar no seu nome». Senhor do Universo, que julgais com justiça e sondais os sentimentos e o coração, seja eu testemunha do castigo que haveis de aplicar- lhes, pois a Vós confio a minha causa."


Jr 11, 18-20

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Homens da Luta

As lutas, as greves e as manifestações não são uma questão de "modas"...

Esta afirmação é proferida a respeito desse grupo que nos últimos anos surgiu em Portugal e que se denomina "Homens da Luta".

Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, José Mário Branco emergiram numa época resultado de uma conjuntura e de uma estrutura. Ninguém os impôs...

Na verdade, que se saiba, não faziam intervenção pela música, através da palhaçada e do ridiculo.

Se de facto a Geração "À Rasca" está tão preocupada com a crise, através dos "Homens da Luta", não parece.

Na verdade, é mais um sinal de que a Sociedade Portuguesa ainda não acordou para a realidade. E, sinceramente nem quer acordar...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

No centro do Tornado... YOUCAT

A Paulus Editora prepara-se para lançar o novo Catecismo Jovem da Igreja Católica, no próximo dia 13 de Abril de 2011, na Igreja de S. João de Deus - Lisboa, com a presença do Card. D. José Policarpo.

Com este novo lançamento, é mais uma incursão de Deus para o centro nevrálgico da Sociedade - os jovens.

Numa linguagem simples e acessível, a poucos dias da Páscoa, é Deus que se revela, neste colossal tornado que a Sociedade se encontra...

Uma sociedade que teima, teimosamente viver sem Deus, mas que O deseja e O quer nas suas vidas. Um verdadeiro paradoxo...

A Paulus Editora está de parabéns...


Venha de lá então o "YOUCAT"...



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tudo está claro, mas falta uma "coisinha"...

O colapso português é já uma clarividência...

A ajuda externa é inevitável.

No entanto, a verdadeira crise tem a sua máscara na economia e na política. Mas e que dizer do verdadeiro rosto da crise? E esse ainda não está claro na opinião pública, mas sente-se.

Esse verdadeiro rosto tem na sua configuração dois termos: identidade e relações interpessoais. Porque para além do colapso financeiro em Portugal, existe também o colapso social, e, talvez este segundo seja o mais escondido e a ferida mais dificil de sarar.

Na verdade, tudo está claro, mas falta uma "coisinha"...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um momento de Luz...

"Entre nós e o FMI há 10 milhões de portugueses..."

(José Sócrates, Primeiro-Ministro)


Uma frase luminosa do Senhor Primeiro-Ministro, depois da entrevista à RTP.

Uma entrevista que merece três comentários:

Honra seja feita aos jornalistas Sandra Sousa e Vitor Gonçalves. A eles uma especial saudação pela persistência e coragem que demonstraram.

José Sócrates demonstrou a sua arrogância e autoritarismo. Por momentos pensei num momento da História de Portugal.

Além disso, ficou provado que além das relações com Belém estarem turvas e azedas, que o Senhor Primeiro-Ministro errou. E bastava este reconhecimento e a sua imagem como governante mudaria junto da opinião pública. Mas já nada muda na opinião pública acerca do Primeiro-Ministro de Portugal.

E ainda, fica a pergunta dirigida ao Senhor Primeiro-Ministro José Sócrates: se de facto, Portugal não necessita de ajuda externa, então esclareça de onde e quando virá o financiamento? Será que o Senhor Primeiro-Ministro tem alguma boa surpresa para dar aos portugueses? Porque de facto, entre o Governo e o FMI existem mesmo 10 milhões de portugueses à espera da resposta...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Informação de Estado

Há uns meses a esta parte que somos confrontados, quase todos os dias através da imprensa diária por notícias veiculadas por um suposto site que coloca a nú algumas informações secretas cruzadas pelos vários Estados ao nível mundial.

Inclusivamente o seu autor, já teve sentado no banco dos réus, e acabou por ser ilibado! Falamos da Wikileaks...

Mas são várias as questões que se colocam acerca deste site. Aqui ficam algumas...

Qual objectivo directo da Wikileaks?

Como tem acesso a Wikileaks a tanta informação (sobretudo informação que deveria ser confidencial)?

Como é que informação tão preciosa chega à leitura pública?

Porém, tudo isto faz pensar como é feita a gestão da informação através dos meios informáticos e a sua finalidade. Sobretudo se estamos a falar em informação que contém matérias de Estado.

domingo, 3 de abril de 2011

Pedem um milagre...

Há precisamente seis anos o mundo via desaparecer uma das suas maiores referências do séc. XX - João Paulo II.

A Praça de S. Pedro vivia então momentos de tristeza e expectativa...

O Mundo estava em suspenso, esperando quem viria a ser o sucessor...

João Paulo II congregou multidões, levou a Igreja ao fim da rua, no fim do Mundo. Convocou os católicos à sua missão evangelizadora no mundo. Foi referência para milhares de jovens católicos e não católicos.

João Paulo II era um Homem de Deus. A sua mensagem, o seu testemunho de vida, ainda hoje passam toda a compreensão humana. E é neste ponto que nos devemos centrar...

Para além da sua beatificação ou canonização, para além dos milagres provados ou não cientificamente; a sua mensagem, o seu testemunho, por si só já valem mais que um milagre. E muitas vezes andamos agarrados a milagres, mas o mundo de Deus, não é um "mundo do fantástico" ou do "comprovado cientificamente". O mundo de Deus é o mundo do real, o "real" que não queremos ver, porque nos interpela à nossa condição de "criados à semelhança de Deus".

O seu sucessor, S.S. Bento XVI, apesar das diferenças de personalidade, é em boa verdade o "homem certo, na hora certa". Sinal de que o Sumo Pastor cuida e apascenta as suas ovelhas.

"E as Portas do Inferno não prevalecerão sobre ela..."

sábado, 2 de abril de 2011

Parar para reflectir

Ser padre é acreditar


Viver na terra a dimensão do céus


Ouvir, pensar, sentir, dizer, mostrar


A presença solícita de Deus.




Ser padre é esperar


Num mundo novo para além da vida;


Levar a vida inteira a encaminhar


As almas para a Terra Prometida.





Ser padre é proclamar


Com a vida e a voz a Boa Nova,


Como João no deserto a anunciar


A Graça que liberta e que renova.





Ser padre é celebrar


A Palavra de Deus em cada dia,


E o seu Amor imenso que no Altar


A nós Se dá no Pão da Eucaristia.





Ser padre é consagrar


A vida inteira em dádiva de amor;


Erguer as mãos e a voz para cantar


Ao Deus da Vida um salmo de louvor.




Ser padre é caminhar


E apontar caminhos de Verdade.


Não ser do mundo, sem deixar de estar,


Viver no tempo à luz da Eternidade.





Ser padre é ser sinal,


Sacramento de Cristo Salvador;


Ser vencedor na luta contra o Mal,


No mistério do homem pecador.



Pe. António M. Crispim

sexta-feira, 1 de abril de 2011

No declínio...

Nestes últimos dias foi noticiado pela imprensa alguns encerramentos de instituições de solidariedade social que estavam ilegais.

Esta questão é reflexo de três pontos essenciais:

A forma como é gerida a Segurança Social neste país. Honra seja feita aos pequenos heróis deste sistema.

A importância e o tratamento que a sociedade actual tem para com os seus cidadãos mais velhos. Afinal, a verdadeira crise, não é exposta a nu... Que pena!!!

Além disso, esta questão é também reflexo da pobreza extrema a que este país está sujeito. Notai que até os tribunais já nem têm financiamento para comprar tinteiros para impressoras. Qualquer dia temos que fazer uma campanha burgueso-filantrópica para angariar fundos para os tribunais comprar tinteiros. Talvez a Leopoldina e a Popota pudessem ajudar...

Na verdade, em matéria de Solidariedade Social, e por mais que se queira esconder, é a Igreja Católica que vai respondendo a inúmeras situações de pobreza que aparecem.

Karl Marx teria razão em relação ao capitalismo, mas Leão XIII na Encíclica "Rerum Novarum" também...

Em boa verdade, assistimos ao declínio dos Estados de Previdência Social, praticamente um século depois de terem sido criados. E os Governos não têm resposta.