A liturgia da palavra de hoje deixa-nos uma mensagem ao amor e à caridade.
S. Paulo, na Segunda Carta que escreveu à Comunidade de Corinto descreve como "no meio das grandes tribulações com que foram provadas, distribuíram generosamente e com transbordante alegria, apesar da sua extrema pobreza, os tesouros da sua liberdade."
Na verdade, é pela caridade e pelo amor que seremos conhecidos. Mas que importa ter amor e caridade pelos irmãos mais desprotegidos da nossa sociedade, se a nossa vida não se transformar em obras? Se as palavras não forem activas...
Neste sentido, as palavras de Jesus no Evangelho são duras, e são de uma grande exigência para os cristãos: "Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem", porque em boa verdade, "se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis?"
Actualmente, o que falta a todos nós, para que estas palavras de Jesus sejam uma realidade?
Numa sociedade em que vive a repressão dos afectos, em que o património do amor é apagado da nossa memória, faz-nos falta redescobrir o amor e a caridade.
A concretização da (re)descoberta do amor é praticável a partir do momento em que dispomos o nosso coração na descoberta do Outro que está mesmo ao nosso lado.
Hoje, numa sociedade de imagens, de rótulos, de palavras... Numa sociedade que vive na espuma dos dias, ir ao encontro do Outro faz cada vez mais sentido. Um Outro que sofre, que necessita de uma palavra, de um sorriso, de um ombro.
Neste dia, saibamos nós cristãos, não nos deixar seduzir por palavras e imagens, e descobrir em cada rosto dos nossos irmãos a imagem de Nosso Senhor.
Porque "se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário?"