Espero sinceramente que a independência do Sudão do Sul traga nova esperança ao povo, mas é difícil dizer se isto é motivo de alegria ou de preocupação.
Iniciamos esta semana com o nascimento de um novo país, o Sudão do Sul. O entusiasmo e a alegria da população que lutou durante quase 50 anos por liberdade e justiça são notáveis, mas será que a independência do país marcará o fim dos conflitos e trará melhores condições de vida aos cerca de 9 milhões de habitantes? Parece que não.
O Sudão do Sul nasce em meio a uma série de contrastes difíceis de resolver. Convivem lado a lado a esperança e o medo; a alegria e a insegurança; a festa e a violência; a independência e os problemas; o sonho de liberdade e de paz e a realidade instável; a riqueza do petróleo e a miséria do povo.
Ainda há poucos dias o administrador apostólico no país, Dom Roko Taban Mousa, denunciou uma crise humanitária na região de Abyei. Milhares de pessoas continuam a fugir daquela zona devido aos conflitos ainda persistentes, mesmo após o envio de tropas da ONU. Abyei é a região mais rica em petróleo do Sudão, e fica na área de fronteira entre o norte e o sul. Fronteiras que por sinal ainda não foram demarcadas, sendo a região alvo de disputa pelos dois países.
Situação semelhante acontece em Kordofan, região de montanhas que pertence ao Sudão, mas cuja população Nuba apoia e quer fazer parte do Sul. As perseguições e o genocídio continuam, com imensas denúncias de violação dos direitos do homem. E os problemas não param por aí. O novo país praticamente não tem infraestruturas, como escolas, hospitais, pontes, estradas. É analfabeto e pobre. Não tem fronteiras demarcadas, nem uma classe dirigente democrática. Os líderes são todos militares e ex-guerrilheiros, pouco habituados à liberdade de expressão e de escolha. A única riqueza é o petróleo, responsável por 56% da renda do então Sudão, que tem na China o seu maior comprador e nos EUA um grande interessado.
Espero sinceramente que a festa de independência deste dia 9 de Julho traga nova esperança à nação que já perdeu dois milhões de pessoas em conflitos, mas é difícil dizer se isto é motivo de alegria ou de preocupação, quais são os reais interesses por trás desta independência e se de facto há algo para comemorar.
Iniciamos esta semana com o nascimento de um novo país, o Sudão do Sul. O entusiasmo e a alegria da população que lutou durante quase 50 anos por liberdade e justiça são notáveis, mas será que a independência do país marcará o fim dos conflitos e trará melhores condições de vida aos cerca de 9 milhões de habitantes? Parece que não.
O Sudão do Sul nasce em meio a uma série de contrastes difíceis de resolver. Convivem lado a lado a esperança e o medo; a alegria e a insegurança; a festa e a violência; a independência e os problemas; o sonho de liberdade e de paz e a realidade instável; a riqueza do petróleo e a miséria do povo.
Ainda há poucos dias o administrador apostólico no país, Dom Roko Taban Mousa, denunciou uma crise humanitária na região de Abyei. Milhares de pessoas continuam a fugir daquela zona devido aos conflitos ainda persistentes, mesmo após o envio de tropas da ONU. Abyei é a região mais rica em petróleo do Sudão, e fica na área de fronteira entre o norte e o sul. Fronteiras que por sinal ainda não foram demarcadas, sendo a região alvo de disputa pelos dois países.
Situação semelhante acontece em Kordofan, região de montanhas que pertence ao Sudão, mas cuja população Nuba apoia e quer fazer parte do Sul. As perseguições e o genocídio continuam, com imensas denúncias de violação dos direitos do homem. E os problemas não param por aí. O novo país praticamente não tem infraestruturas, como escolas, hospitais, pontes, estradas. É analfabeto e pobre. Não tem fronteiras demarcadas, nem uma classe dirigente democrática. Os líderes são todos militares e ex-guerrilheiros, pouco habituados à liberdade de expressão e de escolha. A única riqueza é o petróleo, responsável por 56% da renda do então Sudão, que tem na China o seu maior comprador e nos EUA um grande interessado.
Espero sinceramente que a festa de independência deste dia 9 de Julho traga nova esperança à nação que já perdeu dois milhões de pessoas em conflitos, mas é difícil dizer se isto é motivo de alegria ou de preocupação, quais são os reais interesses por trás desta independência e se de facto há algo para comemorar.
Ir. Darlei Zanon, religioso paulista
in www.familiacrista.com, 11/07/2011