Ninguém pode crer só para si mesmo, como também ninguém consegue viver só para si mesmo. Recebemos a fé da Igreja e vivemo-la em comunhão com todas as pessoas com quem partilhamos a nossa fé. [166-169, 181]
A fé é aquilo que uma pessoa tem de mais pessoal, mas não é um assunto privado. Quem deseja crer tem poder dizer tanto "eu" como "nós", pois uma fé que não possa ser partilhada e comunicada seria irracional.
Cada crente dá o seu consentimento ao Credo da Igreja. Dela recebeu a fé. Foi ela que, ao longo dos séculos, lhe transmitiu a fé, a guardou de adulterações e a clarificou constantemente. Crer é, portanto, tomar parte numa convicção comum. A fé dos outros transporta-me, como também o fogo da minha fé incendeia os outros e os fortalece. E "eu" e o "nós" da remetem-nos para os dois da fé da Igreja, pronunciados na Liturgia: o Símbolo dos Apóstolos, que começa com ("eu creio") - CREDO, e o grande Símbolo Niceno- Constantinopolitano, que, na sua forma original, começava com credimus ("nós cremos")
YOUCAT, nº 24, 2011