No príncipio do século XIX, as Invasões Francesas deixaram Portugal em situação dramática. A Família Real retirara para o Brasil.
A reconstrução do País, desbaratado pela guerra, era problema grave. Morrera muita gente e a lavoura estava arruinada.
Os camponeses, no entanto, continuavam a pagar tributos.
A indústria atrofiava e o comércio, prejudicado pelos tratados com Inglaterra, não dava rendimento à burguesia.
Quem governava o Estado, era de facto, Beresford, general inglês, autoritário.
O descontentamento generalizava-se.
O sentimento de revolta não se continha, sobretudo entre os comerciantes do Porto.
Vinha à superfície a ideia de libertação que os Franceses, apesar de tudo, haviam deixado na mente das pessoas.
Militares, magistrados e burgueses defendiam a instauração de um Regime Político Novo.
Em 1817, falhara a tentativa do general Gomes Freire. Mas em 1820, a Revolução Liberal triunfou no Porto.
Era a noite de S. Bartolomeu, 24 de Agosto, mas não houve efusão de sangue.
in REIS, A. do Carmo, "As Lutas Liberais", Col. História Júnior, Vol. 12, Porto, Ed. Asa, 2ª Edição/1990, pág. 2