segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Acerca do momento presente

Nestes últimos dias gerou-se uma onda de contestação não só em Portugal, mas à escala global. De tal maneira, que quem não estiver com a Revolução, não está na moda. E este é um problema. As revoluções não são modas. As revoluções acontecem por espontânea vontade popular, não porque outros querem e instigam o Povo a vir para a rua. Nada do que se está a passar é semelhante a um Maio de 68, ou Abril de 74. E essas foram revoluções que partiram da espontânea vontade popular. Em boa verdade, havia uma Europa rejuvenescida, e em que Brigadas do Reumático tinham que cair, porque em boa verdade, os antigos regimes caíam de velhos.

Hoje, a Europa, e neste caso Portugal, não vive esse tempo. Na verdade, há um modelo de Regime que terá que cair, e uma nova geração terá que ser resposta a esse novo modelo. E aqui é o epicentro do problema. Não existe em Portugal, nem na Europa, uma geração consciente que é preciso fazer cair um novo modelo de Regime. Uma geração que "agarre o touro pelos cornos". Por outro lado, faz falta sangue novo para que se possa suceder uma Primavera Europeia, à boa maneira árabe. Porque por este andar a "Geração à Rasca" é um caso perdido. Não temos que ser saudosistas, nem imitar nada nem ninguém, porque os factos sucedem-se, não porque se pressione para fazer acontecer, mas porque o Povo quer que aconteça.

Além disso, como já terei dito anteriormente, a nossa geração tem um problema em mãos (tal como em 1974, e eles conseguiram resolver porque lutaram com as armas que tinham, porque agarraram o touro pelos cornos) e/ou agarramos o touro, com o momento presente (e deixarmos a histeria jornalística), com as armas do presente, ou então não vale a pena sequer começar...


josé miguel