Os cristãos não diferem dos demais homens pela terra, pela língua ou pelos costumes. Não habitam cidades próprias, não se distinguem por idiomas estranhos, não levam vida extraordinária(...) Mas habitando, conforme a sorte de cada um, cidades gregas e bárbaras, é acompanhando os usos locais em matéria de roupa, alimentação e costumes, quer manifestam a admirável natureza da sua vida, que todos reputam extraordinária. Habitam as suas pátrias, mas como estrangeiros(...) Tudo suportam(...) casam-se e procriam, jamais lançam fora o que geraram(...) Vivendo na carne, não vivem segundo a carne(...) O que é a alma no corpo, são os cristãos no mundo: como por todos os membros do corpo está difundida a alma, assim os cristãos por todas as cidades do universo(...) habitam no mundo, mas não são do mundo...
FOLCH GOMES, pág. 110, "Carta a Diogneto", in Carlos Verdete e Senra Coelho, "História da Igreja: das origens até o Cisma do Oriente (1054), vol I, Ed. Paulus, Lisboa, 2009, pág. 143