Há poucos dias, ouvia dizer que havia determinados simbolos, determinadas tradições, assim como, uma certa memória que já não fazia mais sentido existir. Ao fim ao cabo, deduzi que esta pessoa defendia o fim da História e o fim da Memória. Um pensamento típico, para uma sociedade, que quer viver sem memória.
Na rua ouvimos declarações, por parte da geração mais jovem: "Estudar História para quê?" Logicamente, que a resposta será: "Para estudar o passado!" Mas não ficando contentes com a resposta, replicam: "Para que me interessa o passado? O que importa é viver o presente..."
Na verdade, é esta a sociedade que estamos a formar à nossa mão. Uma sociedade que esquece o passado. Se esquece o passado, como pode viver o presente? Como posso saber quem sou no presente, se me esqueci do dia de ontem?
Uma sociedade que viva sem Memória, é uma sociedade em alienação total, do que se passa à sua volta. E isso interessa... sobretudo ao Poder!
Viver numa sociedade, sem compreender de onde veio e para onde vai, é como um boi a olhar para um palácio.
E em boa verdade, convém apagar-se o passado. Porque no preconceito social, os historiadores são aqueles que vivem encovilados dentro das velharias. Quem faz afirmações destas, fala de si próprio, pois vive alienado do mundo, encovilado no seu mundo.
A História é de um presente, de um hoje! E o Passado jamais poderá ser apagado, ainda que exista factos e acontecimentos que quisessemos apagar. Mas teremos de saber viver com esses factos.
A nossa vida é feita de memória: positiva ou negativa! Saibamos viver com ela...
josé miguel