No amor que é Deus, suplico a todos os meus irmãos – aos que pregam, aos
que oram, aos que trabalham manualmente, aos clérigos e leigos – que
invistam na humildade em tudo: que não se ufanem, que não encontrem
alegria ou se orgulhem interiormente com as boas palavras e as boas
acções que Deus diz ou realiza por vezes neles ou através deles. Pois
diz o Senhor: «não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem» (Lc
10,20). Convençamo-nos firmemente de que, por nós, só temos erros e
pecados. Rejubilemos antes nas provações que temos de suportar na alma e
no corpo, e em todo o tipo de angústias e de tribulações neste mundo,
com vista à vida eterna.
Irmãos, evitemos o orgulho e a vã glória. Evitemos a sabedoria deste
mundo e a prudência egoísta. Pois aquele que é escravo das suas
tendências egoístas investe muito esforço e aplicação na formulação de
discursos, mas muito menos na passagem aos actos; em lugar de procurar a
religião e a santidade interiores do espírito, quer e deseja uma
religião e uma santidade exteriores e visíveis aos olhos dos homens. É
sobre eles que o Senhor diz: «Em verdade vos digo, receberam a sua
recompensa» (Mt 6,5). Pelo contrário, aquele que é dócil ao Espírito do
Senhor quer mortificar e humilhar aquilo que é egoísta, vil e abjecto na
carne. Dedica-se à humildade e à paciência, à simplicidade pura e à
verdadeira paz de espírito; aquilo que deseja sempre e acima de tudo é o
temor de Deus, a sabedoria de Deus e o amor de Deus Pai, Filho e
Espírito Santo.
in evangelhoquotidiano.org