Realmente Maria é a mulher da escuta: vemo-lo no encontro com o Anjo (Lc
1,26ss) e vemo-lo de novo em todas as cenas da sua vida, desde as bodas
de Caná, até à cruz e até ao dia do Pentecostes. [...] Já no momento da
Anunciação podemos captar a atitude de escuta: uma escuta verdadeira,
uma escuta que é interiorizada, que não se limita a dizer sim mas que
assimila a Palavra, que toma a Palavra, à qual se segue a verdadeira
obediência, porque a Palavra foi interiorizada, isto é, tornou-se
Palavra em mim e para mim. [...] Assim a Palavra torna-se encarnação.
Vemos o mesmo no Magnificat. Sabemos que é um tecido feito de palavras
do Antigo Testamento. Vemos que Maria é realmente uma mulher da escuta,
que conhecia a Escritura no seu coração. Não conhecia apenas alguns
textos, mas identificava-se a tal ponto com a Palavra, que as palavras
do Antigo Testamento se tornaram, sintetizadas, um cântico no seu
coração e nos seus lábios. Vemos que a sua vida estava realmente imbuída
da Palavra; tinha entrado na Palavra, tinha-a assimilado, e a Palavra
tinha-se tornado vida nela, transformando-se depois de novo em Palavra
de louvor e de anúncio da grandeza de Deus.
Nossa Senhora é palavra de escuta, palavra silenciosa, mas também
palavra de louvor, de anúncio, porque na escuta a Palavra se torna de
novo carne e assim torna-se presença da grandeza de Deus.
in evangelhoquotidiano.org