Temos de estar vigilantes e atentos à obra da salvação que se realiza em
nós, porque é com admirável subtileza e com a delicadeza de uma arte
divina que o Espírito Santo realiza continuamente esta obra no mais
íntimo do nosso ser. Que esta unção que tudo nos ensina não nos seja
retirada sem que tenhamos consciência disso, e que a sua vinda não nos
apanhe desprevenidos. Pelo contrário, convém-nos estar permanentemente
atentos, com o coração totalmente aberto, para recebermos esta bênção
generosa do Senhor. Em que disposições quer o Espírito encontrar-nos?
«Sede como os servos que esperam o seu senhor, quando ele regressa das
núpcias.» Ele nunca regressa de mãos vazias da mesa celeste, com todas
as alegrias que esta prodigaliza.
Temos, pois, de velar, e de velar em todo o momento, porque nunca
sabemos a que horas virá o Espírito, nem a que horas voltará a partir. O
Espírito vai e vem (Jo 3, 8); se, graças à Sua presença, nos mantemos
de pé, quando Ele Se retira caímos inevitavelmente, mas sem nos
magoarmos, porque o Senhor nos sustenta com a Sua mão. E o Espírito não
cessa de comunicar esta alternância de presença e ausência aos que são
espirituais, ou antes, àqueles que têm a intenção de se tornar
espirituais. É por isso que os visita de madrugada, pondo-os em seguida
subitamente à prova.
in evangelhoquotidiano.org