terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Das Meditações de Santo Afonso Maria Ligório, bispo

Tenhamos em conta que, depois de tantos séculos, tantos suspiros e orações, o Messias que nem os patriarcas nem os profetas viram, o «Desejado das nações» (Ag 2,7 Vulg.), o Desejo das colinas eternas, o nosso Salvador, veio por fim: «Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado» (Is 9,5). O Filho de Deus fez-Se pequenino para nos dar a Sua grandeza; deu-Se a nós, para que nos demos a Ele; veio testemunhar-nos o Seu amor, para que correspondamos com o nosso. Acolhamo-Lo com afecto, amemo-Lo, recorramos a Ele em todas as nossas necessidades. [...]


Jesus veio sob a forma de uma criança, para nos mostrar o Seu grande desejo de nos cumular de todos os Seus bens. Ora «n'Ele estão escondidos todos os tesouros» (Col 2,3); Seu Pai celeste «tudo colocou nas Suas mãos» (cf Jo 3,35; 13,3). Queremos a luz? Ele veio iluminar-nos. Queremos mais força, para resistir aos nossos inimigos? Ele veio fortificar-nos. Queremos o perdão e a salvação? Ele veio perdoar-nos e salvar-nos. Queremos, enfim, o dom supremo, o dom do amor divino? Ele veio incendiar os nossos corações. Foi sobretudo para isso que Ele Se tornou menino: quis mostrar-Se-nos num estado de tal pobreza e humildade para [...] banir todo o medo e melhor ganhar o nosso afecto. [...] Todas as crianças suscitam o afecto de quem olhe para elas; quem, pois, não amaria com extrema ternura um Deus que contempla como menino, alimentado com um pouco de leite, tremendo de frio, pobre, desprezado, desamparado, a chorar e a gemer numa manjedoura, deitado sobre a palha? Este espectáculo levou São Francisco a exclamar: «Amemos o Menino de Belém!» Vinde, almas cristãs, vinde amar um Deus feito criança, tornado pobre por vós, um Deus todo amor, descido do céu para Se nos dar inteiramente. 

in evangelhoquotidiano.org