És Aquele por quem as nações esperam (Gn 49,10 [Vulg]), e os que Te
esperam não ficarão desiludidos. Esperaram-Te os nossos pais e em Ti
puseram a sua esperança todos os justos desde o princípio do mundo, e
não ficaram desiludidos (cf Sl 22 [21],5). [...]
A Igreja, porém, tendo esperado a primeira vinda de Cristo na pessoa dos
justos de outrora, espera agora a segunda na pessoa dos justos da Nova
Aliança. E, como estava certa de que a primeira vinda pagaria o preço da
Redenção, agora tem a certeza de que a segunda lhe trará a recompensa.
Presa desta expectativa, desta esperança que ultrapassa tudo o que vale a
pena esperar na terra, a Igreja anseia tanto com alegria quanto com
ardor pela bem-aventurança eterna.
E enquanto uns se apressam a procurar a felicidade nesta vida sem
esperar que se realizem os desígnios do Senhor, precipitando-se na
voragem das propostas deste mundo, aquele que tiver a felicidade de
colocar a sua esperança no Senhor não prende o seu olhar a coisas vãs e
enganosas (Sl 40 [39],5) [...], mas sabe que mais vale sentir-se
humilhado com os mansos do que partilhar dos despojos deste mundo com os
orgulhosos. Desse modo, para se consolar, diz assim: «”O Senhor é a
minha herança, por isso espero n'Ele. O Senhor é bom para os que n'Ele
confiam, para a alma que O procura. Bom é esperar em silêncio a salvação
do Senhor”. Na verdade, meu Deus, “a minha alma desfalece à espera da
Tua salvação, mas eu confio com todas as forças na Tua palavra”» (Lm
3,24-26; Sl 119 [118],81 [Vulg]). [...] Estou certo de que «ela aspira
pelo seu termo e não falhará»; por isso mesmo, «se tardar, espera por
ela igual-mente, que ela cumprir-se-á e com toda a certeza não falhará»
(Hab 2,3).
in evangelhoquotidiano.org