Em vésperas de celebrarmos o Natal de Jesus Cristo será necessário voltarmos o nosso olhar para a verdade sobre a festa de Natal. Independentemente se Jesus Cristo nasceu ou não no dia 25 de Dezembro, ou se a festa advém de um dia quer era pagão e que depois foi cristianizado, e tudo isso será importante para uma questão de memória e de estudo para a ciência histórica. No entanto, não pode servir para colocar a nossa Fé em Jesus Cristo. Independentemente se o presépio tem ou não o burro e a vaca, até porque ninguém disse que o presépio tinha burro e vaca e o seu contrário. Simplesmente frases retiradas de contexto para descredibilizar o sentido do Natal e bem sabemos de onde parte este tipo de jornalismo saloio.
No entanto é necessário que se saiba que o Presépio é uma criação do grande São Francisco de Assis, do séc. XIII. Temos pena que as universidades remetam estes assuntos de cultura geral aos futuros jornalistas para segundo plano. Talvez propositadamente... Mas o que importa isso para os Cristãos que acreditam Naquele Menino que nasceu em Belém?
Na verdade, a verdadeira Fé é aquela que é questionada e exposta à dúvida. Tem Fé, quem tem dúvidas. Para quem acha que sabe tudo em matérias de Fé, é questionável essa Fé. No Ano da Fé, é necessário perceber porque afinal celebramos o Natal. Será que celebramos o Natal para dar e receber prendas? Será que celebramos o Natal para ter pena dos mais pobrezinhos, dos que vivem o flagelo do desemprego, ou ter pena de famílias separadas?
Celebramos a Festa de Natal, porque comemoramos o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Belém. Não há outro sentido para celebrar a Festa do Natal. Não celebramos a vinda do Pai Natal, que por acaso essa tradição advém de um bispo que se chamava São Nicolau. Não celebramos a Leopoldina, nem muito menos a Popota. Símbolos e símbolos que nos são impostos, tentando dar um novo sentido ao Natal, isto porque se quis retirar o Sagrado da festa natalícia. Acho interessante, ter todos os elementos decorativos natalícios, em casa, e não existir um presépio.
O Natal é uma festa sagrada e que se tenta a todo o custo dessacralizar. O Natal é sagrado, é uma festa cristã, e de Fé. Olhar o presépio e contemplar a Família. E teremos que acreditar no bem que é o valor família quando esta sofre ataques vorazes contra a sua instituição. A Família é um tesouro inestimável que não pode ser deitado ao lixo.
A Família está descredibilizada porque a sociedade vive dois grandes problemas: as relações humanas e o compromisso. Pensar o Natal é pensar nas nossa relações de amor, de amizade. Pensar o Natal é pensar no compromisso. Temos medo de nos comprometer, porque temos medo de amar. Deus ama-nos e por isso tem um compromisso connosco que é amar-nos. Amar é viver, é dar vida. Por isso Deus nos deu o Seu Filho que nos amou morrendo numa cruz. E este Filho abre-nos os braços e a todos acolhe independentemente da raça, cultura ou religião. É preciso olhar e conhecer o Outro...
Deste modo, a tolerância, o respeito, a liberdade, a igualdade e a fraternidade são bens a descobrir o Presépio de Belém. O respeito pelos direitos da dignidade humana declarados pela Declaração dos Direitos Humanos. O respeito pela vida humana e pelos animais. Tudo está contido ali no Presépio de Belém. A nossa solidariedade, a nossa caridade não podem ser acções do "fica bem" e do "bom tom" e só nesta época do ano.
Ter Fé que Jesus Cristo nasceu no Presépio de Belém e que dali veio a salvação e a vida ao Mundo é um descobrir o valor real da compaixão, da paz e do amor todos os dias do ano. Só deste modo poderemos recitar o salmo 97 "Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus".
Neste Natal de 2012 possamos dar sentido à Fé a partir do momento em que sabemos que o Natal sem um presépio não faz qualquer sentido (independentemente dos faits-divers). Saber que no Natal um menino nos foi dado para a vida e esperança do Homem e para o Mundo.
No Natal de 2012, o Mundo possa ser cinzento, sem tons brancos, sem tons pretos. E esse é um caminho que tem de começar e podemos começá-lo este ano, para que todos os confins vejam a salvação do nosso Deus.
josé miguel