«Senhor, abre os meus lábios e a minha boca anunciará o Teu louvor» (Sl
50,17). [...] Se pensarmos que estas palavras se repetem sempre em
Matinas, em nome da Igreja, que ora por si própria e por todo o mundo, e
pelos milhares e centenas de milhares de bocas que se abrem ao toque da
graça que invocamos, então o panorama amplia-se e, ao iluminar-se,
completa-se. A Igreja apresenta-se, não como um monumento histórico do
passado, mas como uma instituição viva. A Santa Igreja não é como um
edifício que se constrói ao fim de um ano. É uma cidade vastíssima, que
terminará por ocupar o universo inteiro: «O seu monte santo, belo em
altura, alegria de toda a terra, o monte Sião, vértice do céu, cidade do
grande rei» (Sl 48,3).
A construção começou há vinte séculos, mas continua e estende-se por
todas as terras, até que o nome de Cristo seja adorado por toda a parte.
E, à medida que continua, as novas gentes dão saltos de júbilo perante o
anúncio: «E deram uma grande alegria a todos os irmãos» (Act 15,3).
Também é belíssimo o pensamento final [...], edificante para todo o
sacerdote que reza o breviário: convém que cada um esteja atento a
construir essa Santa Igreja.
Quem, pela pregação, se dedica a obra tão bela, diga ao Senhor como
anúncio do Seu evangelho: «Senhor, abre os meus lábios e a minha boca
anunciará o Teu louvor.» Quem não é missionário suspire também por
cooperar no grande esforço do apostolado e, quando recita os salmos
sozinho na sua cela, siga ao Senhor: «Senhor, abre os meus lábios»;
porque mesmo aí, por comunicação da caridade, deve considerar sua todas
as línguas que nesse momento estejam a anunciar o evangelho, que é o
louvor divino supremo.
in evangelhoquotidiano.org