Na noite de Natal, os anjos cantaram aos pastores “Glória a Deus nas
alturas e paz na terra aos homens do seu agrado”. Essa paz auspiciada
pelos anjos é transmitida pela pessoa de Jesus, o Príncipe da Paz,
apresentado no Evangelho de hoje como o “Filho muito amado do Pai, em
quem Ele pôs todo seu bem agrado”.
Na primeira leitura, ao ouvirmos
falar sobre o Servo de Javé, poderemos identificá-lo com Jesus Cristo,
como o fizeram os primeiros cristãos.
O misterioso Servo de Javé do
Livro de Isaías, pessoa nobre que lutara pela libertação dos homens, sem
clamar nem levantar a voz, sem quebrar uma cana rachada nem apagar um
pavio que ainda fumega, ouviu do Senhor o seguinte: “Eu, o Senhor, te
chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí
como centro da aliança do povo, luz das nações”. Ora, esse Servo é homem
da paz, não domina, não destrói, não desanima, 500 anos antes já
revelava o perfil de Jesus, nosso Redentor.
O Evangelho do Batismo de
Jesus, extraído de Lucas, nos diz que Jesus rezava quando o Espírito
Santo desceu sobre ele. O Espírito Santo é a resposta de Deus à oração
de Jesus. O próprio Senhor, mais adiante irá ensinar que o Pai dá o
Espírito àqueles que o pedirem.
Por que Jesus rezava? Certamente para
saber do Pai o que é de seu agrado, para lhe ser fiel. Também nós
precisamos da oração para realizarmos a missão que o Senhor nos deu,
para sermos imagem do” Filho muito amado em quem o Pai pôs todo seu
agrado”.
A segunda leitura, extraída do Atos dos Apóstolos, nos fala
“como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com
poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os que
estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele”.
Eis
nossa missão: andar por toda a parte, fazendo o bem e curando os que
estão dominados pelo pecado. Como fazer o bem e curar os dominados pelo
pecado? Certamente sendo promotores da justiça, fazendo o bem e
libertando todos do jugo do egoísmo e trocando-o pela humildade e
serviço; libertando do jugo do prazer e oferecendo a solidariedade;
libertando do jugo da idolatria, seja ela qual for, e substituindo-a
pelo Amor.
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