«Felizes de vós, se fordes insultados e perseguidos, e se disserem toda a
espécie de calúnias contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa no céu!» (Mt 5, 11-12). Como
condizem estas palavras de Cristo com as inumeráveis Testemunhas da Fé
do século passado, que foram insultadas e perseguidas, mas jamais
vencidas pela força do mal!
Onde o ódio parecia contaminar
toda a vida, sem dar a possibilidade de escapar à sua lógica, elas
demonstraram que «o amor é mais forte que a morte» (Ct 8,6). No interior
de terríveis sistemas opressivos que desfiguravam o homem, nos lugares
de sofrimento, entre privações inauditas, ao longo de marchas
esgotantes, expostas ao frio, à fome, torturadas, vítimas de vários
tipos de sofrimento, elas fizeram ressoar em voz alta a sua adesão a
Cristo morto e ressuscitado. [...]
Muitos rejeitaram ceder ao
culto dos ídolos do século XX e foram sacrificados pelo comunismo, pelo
nazismo, pela idolatria do Estado ou da raça. Muitos outros morreram
durante guerras étnicas e tribais, porque recusaram uma lógica alheia ao
evangelho de Cristo. Alguns conheceram a morte porque, seguindo o
modelo do bom Pastor, quiseram permanecer com os seus fiéis, apesar das
ameaças. Em cada continente e ao longo de todo o século XX, houve quem
preferiu morrer para não faltar à própria missão. Religiosos e
religiosas viveram a sua consagração até à efusão do sangue. Homens e
mulheres crentes morreram oferecendo a sua existência por amor dos
fiéis, de forma especial dos mais pobres e dos mais frágeis. Não poucas
mulheres perderam a própria vida para defender a sua dignidade e pureza.
«Quem tem apego à sua vida, perdê-la-á; quem despreza a sua vida neste
mundo conservá-la-á para a vida eterna» (Jo 12, 25).
in evangelhoquotidiano.org