"Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo
nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito."
É esta hoje a nossa atitude perante o Divino. Precisamos de tocar para acreditar. Mas desde quando é que tudo se restringe à nossa realidade material?
Neste último século, fomos levados ao som desta frase. E o que temos? Vidas e vidas sem sentido. E no entanto, persistimos no toque material das coisas, sem tocar os bens que estão para lá da nossa realidade física.
Não acreditamos em Deus, mas buscamos uma realidade espiritual que muitas vezes pelas circunstâncias poderá ser deturpada por alguma informação e por quem se pode aproveitar destas ocasiões.
Nós não somos daqui, estamos em peregrinação e por isso convém caminharmos em ordem a algo bem mais digno que a pura matéria.
Renegamos Deus, queremos viver uma fé individual "do como nos convém". Mas a fé é na sua essência para ser partilhada porque "já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus." E esta é a nossa base cristã.
Renegamos Deus, mas chamamos por Ele nos momentos de aflição. O que buscamos?
Hoje quem concebe a religião como luta de religiões, ou é fundamentalista, ou não tem consciência da sua religião. A luta hoje é contra este indiferentismo, esta secularização, este laicismo (que de laicismo não tem nada). Por isso importa uma união de todas as religiões no combate a esta falta de espiritualidade, à falta dos valores que nos dão sentido à vida, e que pura e simplesmente alguém nos quer alienar deles.
E por isso Jesus diz a Tomé: "Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto." Por isso a Fé, o acreditar em ordem aos bens espirituais deve ser uma graça que devemos viver na nossa vida e fazê-la prevalecer na Política, na Economia e na Sociedade.
Sem a Fé perdemos o sentido...
josé miguel