Ao observar o Senhor que o convidados para um banquete elegiam os primeiros lugares, Ele propõe escolher os últimos, de modo que quando chegue o dono da festa, diga: "Amigo, vai um pouco mais para a frente e assim ficarás melhor." Esta proposta de Jesus não é só uma norma de educação, nem uma estratégia. É uma atitude que tem que ver com o posto no banquete do Reino de Deus, onde o primeiro é o último, o que serve.
Logo o Senhor recomenda a quem convida a uma festa que o faça a quem não poderá corresponder com outro convite, como são os pobres e os humildes. A atitude dos comensais deve ser a de evitar o cálculo interessado, esperando ser recompensados.
Na nossa sociedade predomina a troca, o proveito e o interesse. Prestam-se serviços remunerados e cobram-se interesses de diversas maneiras. Porém, os momentos intensos e bonitos da nossa vida são os que partilhamos na gratuitidade e no amor.
A humildade é a atitude própria de quem sabe estar no seu lugar, diante de Deus e diante dos irmãos. Não é uma virtude que o diminui, mas que o situa no lugar adequado, reconhecendo as suas virtudes e as suas debilidades. É a atitude que melhor possibilita as relações do ser humano com os seus semelhantes, facilitando a convivência e evitando cair no fosso da vaidade, do cálculo interessado e do partilhar para ser mais que os outros, crendo no "tanto vales quanto aparentas". A humildade não está na moda porque se vê como uma atitude não "apta" para um homem que adora a sua imagem, o seu prestígio, a sua posição social, que ele confunde com o ocupar os primeiros lugares.
in "El Domingo", San Pablo, Bogotá 2013, Trad. Port. Ambasciatore Romano