sábado, 21 de novembro de 2015

Deus não é Deus de mortos, mas de vivos

Os saduceus eram um grupo social da alta aristocracia que não acreditavam na ressurreição e estavam muito preocupados pelo facto de todos os sete irmãos terem tido como mulher, a mulher de seu irmão que não deixou descendência. Em bom rigor frequentemente somos como estes saduceus. Vivemos preocupados demais com as coisas deste mundo, quando as coisas de Deus não podem jamais ser vistas com os olhos do mundo. Deus não é energia, muito menos um velho de barbas que muitas vezes na catequese nos ensinam. Deus vai muito mais além que a nossa lógica humana. Não há racionalidade, nem ciência alguma que O possa explicar, pois nos está oculto aos nossos olhos. A resposta está mesmo nos nossos olhos. Continuar a ver Deus à nossa medida é desfocarmos a realidade de Deus, porque Deus não é à nossa medida, nem sequer para satisfazer os nossos caprichos. Por isso somos chamados a contemplar um Deus que não é morte. A morte não faz parte da vida em Deus, porque Deus não é um Deus de mortos, mas de vivos. Na morte está a resposta para a Vida, porque com a morte tudo se renova e retoma a vida. A morte não é a resposta definitiva a nada. A resposta está definitiva está no Amor. Deste modo todo o cristão é convidado a passar da morte à Vida. Todo o cristão é convidado a morrer para si mesmo para dar Vida. Todo o cristão é chamado a amar a todos. Assim o Cristianismo só pode ser entendido com a morte e com a ressurreição. Ficarmo-nos simplesmente pela morte, ou ficarmo-nos simplesmente pela ressurreição é pouco para um caminho com Jesus Cristo. Vivemos muito preocupados com essa pergunta última humana que é o depois da morte... Não nos preocupemos! Preocupemo-nos antes em preparar já neste Mundo o prelúdio para a nossa chegada à Nova Jerusalém. A fé é exactamente este salto no escuro. Confiemos em Deus, no Seu Amor e Misericórdia, tudo o resto virá por acréscimo.

jjmiguel, ar