Jesus é
caminho para o Pai. A afirmação parece simples. O problema é que se tornou num
cliché, em vez de ser vivido, sobretudo para nós cristãos. É tão bonito dizer
“Jesus é caminho para o Pai”, mas viver esta frase? Viver no nosso quotidiano.
Nós cristãos estamos cheios de clichés, de frases feitas que não pensamos
nelas, mas “fica bem” dizê-las. Notai a pergunta de Tomé: “Senhor, não sabemos
para onde vais: como podemos conhecer o caminho?” Este é o problema dos
discipulos de Jesus: não conhecem Jesus, vivem mergulhados em faraísaimos ocos.
No outro dia apreciava um grupo coral que cantava durante uma celebração, pela
forma que cantavam perguntava-me se de facto os seus elementos tinham
consciência do que cantavam. Num outro dia, apreciava alguém que proferia uma
leitura durante uma Eucaristia e perguntava-me, pela forma que lia se de facto,
sabia o que estava a ler. E estamos assim, não vivemos, tudo fazemos por fazer, como meros rituais em que nada entendemos. Como é que catequistas dão catequese
sem ter o minimo de formação catequética e cristã? Como é que são aceites pelos
párocos? Poderei perguntar mesmo qual o critério da Igreja para seleccionar
um(a) catequista? E podia colocar tantas outras perguntas, que até à partida
sei a resposta, mas não quero ir mais longe. Vivemos na ignorância silenciosa,
mas sinceramente o que mais preocupa não é a ignorância, o que preocupa, mesmo
dentro da cristandade é o indiferentismo. A pergunta de Tomé, é a nossa
pergunta, ainda onde hoje: “Senhor não te conhecemos: como podemos Te
conhecer?” E o problema é que não queremos conhecer, porque pensamos que já
conhecemos tudo acerca de Jesus, quando Jesus é a fonte inesgotável de
conhecimento.
jjmiguel