“Nisto
conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” O Amor. O
que faz de nós discípulos de Jesus Cristo é o Amor. Hoje vivemos a plenitude da
carência do amor. Amar é querer o bem do Outro. Quando olhamos ao nosso redor o
que vemos é um puro atropelo das nossas relações com o Outro. Vivemos em
ambições desreguladas de um querer mais e mais. Muitas vezes alinhamos na
procura desmedida de fazer carreira a tudo o custo nem que para isso tenhamos
de pisar outros à nossa volta. Na verdade, não há que apontar culpar porque estas
atitudes convirá dizer que são resultado de uma sociedade capitalista virada
para uma sociedade altamente vincada pelo poder do mérito. Perante isto ficamos
cegos, surdos e mudos e não temos tempo para centralizar a nossa vida no
essencial da nossa vida cristã - Jesus Cristo. Ora, tive conhecimento que as
minhas reflexões e as minhas considerações, neste espaço, andam por aí a ser
escrutinadas e parece que estão a causar algum mal-estar e má-disposição. Na
verdade, não quero causar qualquer mal-estar em alguém, ou até que exista
alguém escandalizado. Tudo o que tenho dito, é dito com base na minha
experiência de vida cristã e de Igreja (e que se diga de passagem, já lá vão
uns aninhos...) E por isso se necessário poderei fundamentar tudo o que
afirmei, porque tudo parte da minha experiência de ver e ouvir. Amo Jesus
Cristo, amo a Igreja, assim como sou fiel ao Vigário de Cristo na terra, seja
ele o Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI, como o actual Papa Francisco, assim
como serei a qualquer outro. Bem como, não sou nem da Direita, nem da Esquerda.
Assim como não faço parte da Ala Progressista, nem da Ala Conservadora da
Igreja. Assim como, não vivo minimamente interessado em alguns actos mesquinhos
e que provocam a má-língua, bem como desfocam a nossa vida do essencial da
nossa vida cristã – o amor em Jesus Cristo. Procuro sempre equilibrios, e de
cada vez que escrevo é porque também muitas vezes oiço e escuto a todos sobre
determinado tema. Sem dúvida, que hoje vivemos com muito medo. Medo de um
futuro incerto, medo de um desconhecido, acima de tudo, com medo de amar.
Vivemos afogados e asfixiados de preconceitos porque temos medo de ir ao
encontro do Outro. Vivemos mergulhados nos nossos espaços de conforto e no
nosso cómodo e quando surge alguma coisa diferente a nossa atitude é de nos
fecharmos, mas é preciso dar um primeiro passo com vista a podermos desbravar
aquele espaço que não conhecemos. O mundo pula e avança quando temos a
capacidade de sair dos nossos espaços de conforto e ir ao encontro do Outro.
Como podemos ir até às periferias da nossa existência se vivemos ainda
mergulhados nos nossos espaços de conforto, no nosso cómodo?
jjmiguel