“Não
peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” Jesus mantém-se em
oração. Neste dia de vida e de graça quero recordar as palavras de São João
Paulo II na sua chegada a Portugal que hoje de um modo muito especial quero
recordar, porque são para mim de benção e graça e para a minha vida e me
fizeram ser chamado para este combate da fé. Juntamente convosco que me
acompanhais e que rezais por mim, para que continue com esta força que Deus
semeou em mim naquele dia grande para Portugal e para o mundo. Aqui ficam as
palavras, que sejam de benção e graça para vós e para mim:
“Estes
valorosos missionários, servidores de Cristo e da sua Igreja e glória de
Portugal, que, com o seu ardor, a sua dedicação desinteressada e generosa,
levaram assistência espiritual a tantos irmãos espalhados pelo mundo, não
deixaram também de contribuir para o seu desenvolvimento, ajudando-os a
progredir na satisfação das carências fundamentais e a cultivar a dignidade da
pessoa humana. Assim, ao evangelizarem a Boa-Nova da salvação, prestaram-lhes
um serviço humano; e também por isso são credores da nossa admiração e reconhecimento.
E os
portugueses que ficaram não viveram sem dificuldades a sua caminhada histórica.
Mas ao longo dela, souberam dar mostras de qualidades não comuns de coragem, de
capacidade de resistir e suportar provações e riscos e da perseverança, que
denotam uma fibra moral e uma força espiritual que, hoje como ontem, hão-de
sustentar e animar os filhos desta Nação nas lutas do presente, de fronte
erguida, a olhar com pundonor e esperança o futuro.
Numa
participação responsável e com a generosa contribuição de todos para o bem
comum, a eliminação da pobreza, a ajuda aos marginalizados ou que se sentem
desenraizados, a perspectiva de emprego para todos – especialmente para os
briosos jovens desta terra – a estruturação de condições de vida, assistência e
segurança, nos campos económico e social, passando pela saúde, instrução,
trabalho, família e terceira idade, hão-de continuar a ser decididamente
empenho colectivo de um Povo consciente dos valores característicos da sua
comunidade e ufano de os testemunhar na sua vida política e social.
A
consciência histórica e a fé cristã dos portugueses, não disjunta da exigência
le uma relação honesta para com a verdade, como condição de liberdade
autêntica, hão-de continuar a convencê-los também hoje, certamente, de que, sem
excluir o legítimo pluralismo são e responsável, só o amor constrói; de que a
chave para a solução dos seus problemas e da sua prosperidade também é feita de
sentido humano e cristão dos valores, caldeada na justiça e temperada na
solidariedade, na fraternidade e no amor entre homens-irmãos.”
Joannes
Paulus PP. II,
à nação portuguesa – 11 de Maio de 1982