domingo, 22 de maio de 2016

Na Solenidade da Santíssima Trindade

“Tudo o que o Pai tem é meu.” O Amado é o Pai que dá e entrega o Seu Filho à História. O Amante, o Filho, que obedece ao Pai e se faz carne para se encontrar com o Homem e participar na história humana, num puro acto de amor. O Unificador é o Espírito Santo que dá a liberdade de amar e tudo unifica. Porém, sem confusão, nem separação, não podemos dissociar estas três pessoas. Pai, Filho, Espírito Santo são uma só. As três são unidade numa só. As três pessoas são a unidade do Homem. Como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o Mundo creia que Tu me enviaste… Eu neles e Tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que me enviaste e o amaste como tu me amaste” (Jo. 17, 21.23). A história da Páscoa é a história eterna do Amor. Deus fez-se presente na nossa história pela encarnação do Seu Filho que sofreu e morreu por nós, e Deus o ressuscitou ao terceiro dia, como sinal do amor, de vida e esperança a todos os homens e mulheres de boa vontade. A questão trinitária foi durante muito tempo, e ainda actualmente, motivo de muita discussão e produção de pensamento teológico. Na Trindade contemplamos um só Deus, em três pessoas. Deus é multiplicidade na unidade. Neste sentido não podemos contemplar a Santíssima Trindade numa perspectiva de relação. Esta relação eleva-nos para o sentido de paternidade e de filiação. O Pai só é pai pelo Filho e o Filho só é filho pelo Pai, deste Amor brota o Amor que é o Espírito que os anima na relação. Neste dia seja o mistério trinitário como contemplação para o Amor. Amar e ser amado, eis a vocação humano que se conecta ao mistério da Trindade Divina: Pai, Filho e Espírito Santo.


jjmiguel