“Tudo o
que o Pai tem é meu.” O Amado é o Pai que dá e entrega o Seu Filho à História.
O Amante, o Filho, que obedece ao Pai e se faz carne para se encontrar com o
Homem e participar na história humana, num puro acto de amor. O Unificador é o
Espírito Santo que dá a liberdade de amar e tudo unifica. Porém, sem confusão,
nem separação, não podemos dissociar estas três pessoas. Pai, Filho, Espírito
Santo são uma só. As três são unidade numa só. As três pessoas são a unidade do
Homem. Como Tu, Pai, estás em mim e eu em
ti, que eles estejam em nós, para que o Mundo creia que Tu me enviaste… Eu
neles e Tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo
reconheça que me enviaste e o amaste como tu me amaste” (Jo. 17, 21.23). A
história da Páscoa é a história eterna do Amor. Deus fez-se presente na nossa
história pela encarnação do Seu Filho que sofreu e morreu por nós, e Deus o
ressuscitou ao terceiro dia, como sinal do amor, de vida e esperança a todos os
homens e mulheres de boa vontade. A questão trinitária foi durante muito tempo,
e ainda actualmente, motivo de muita discussão e produção de pensamento
teológico. Na Trindade contemplamos um só Deus, em três pessoas. Deus é
multiplicidade na unidade. Neste sentido não podemos contemplar a Santíssima
Trindade numa perspectiva de relação. Esta relação eleva-nos para o sentido de
paternidade e de filiação. O Pai só é pai pelo Filho e o Filho só é filho pelo
Pai, deste Amor brota o Amor que é o Espírito que os anima na relação. Neste
dia seja o mistério trinitário como contemplação para o Amor. Amar e ser amado,
eis a vocação humano que se conecta ao mistério da Trindade Divina: Pai, Filho
e Espírito Santo.
jjmiguel