“Amarás”.
Amar a Deus e ao nosso Outro. Numa palavra o Amor. Temos muitas dificuldades em
descobrir o Amor no Outro, sobretudo naquele que nos é diferente. Amar os que
nos perseguem, amar os nossos inimigos, essa é a maior façanha de todos os
cristãos. Por isso o Amor é revolucionário e muito menos não se acomoda. O Amor
é por isso dinâmico, porque nos faz sair de nós mesmos para ir ao encontro do
Outro. Vivemos hoje um momento em que temos medo de amar. Temos medo de
transmitir afectos. Aliás, a cultura em que está mergulhada a nossa sociedade a
isso nos leva. Em família não tempo para o Amor, no trabalho não há tempo para
o Amor, em qualquer ambiente não há tempo para o Amor. A sociedade carece de
Amor. Todos ficamos espantados com a frieza com que os jovens muitas vezes
tratam os seus pais. Pergunto: como é que os pais educaram os seus filhos? A
culpa dos jovens se terem tornado em alguns casos perfeitos “monstrinhos” não é
culpa deles. A culpa é em última instância de quem os educou e educa. Se
queremos uma nova civilização alicerçada no Amor, é às novas gerações que
devemos dar Amor, para que estas novas gerações também amem e saibam amar.
Estamos a contruir uma sociedade sem Amor, o que significa que dentro de poucos
anos, o Amor é esse sentimento banal e que se pode considerar para uns líricos.
Uma sociedade que cai na banalidade do Amor está claro de se ver o que vai
acontecer a seguir. Porém, é com lamento que sinto que muitas vezes as palavras
caem em “saco roto”... Por isso seria importante que conjugássemos hoje e
sempre o verbo “Amar...”
jjmiguel