Por
isso, se nos é tão necessária a companhia familiar que se dignam ter connosco
os Anjos, evitemos com todo o cuidado ofendê-los e exercitemo-nos com
generosidade nas obras que sabemos serem do seu agrado. Há de facto muitas
coisas que lhes agrada e deleita encontrar em nós: sobriedade, castidade,
pobreza voluntária, frequentes gemidos e súplicas ao Céu, orações com lágrimas
e de coração atento. Mas o que acima de tudo exigem de nós os Anjos da Paz é a
união e a paz. Será, porventura, estranho que eles ponham as suas delícias
principalmente nestas virtudes que reproduzem uma certa imagem da sua cidade e
que lhes permitem admirar uma nova Jerusalém na terra? Digo-vos, portanto, que
assim como aquela cidade santa forma tão belo conjunto pela sua perfeita
unidade, assim também nós devemos manter a unidade de sentimentos e doutrina,
afastando do meio de nós toda a espécie de cisma, para formarmos todos um só
Corpo em Cristo.
Dos
Sermões de São Bernardo, abade