“Riram-se
d’Ele”. Todos nós gostamos de traçar planos e fazer futurologias. Mas muitas
vezes esquecemo-nos de um pormenor: não somos nós que comandamos a nossa vida.
A nossa vida é um caminho com linhas rectas, mas que tem algumas curvas,
algumas lombas. Porém, vivemos num sociedade em que se acha que tudo é feito em
linha recta e em alta velocidade. Perdemos a noção do tempo e até do espaço. No
entanto, o caminho da fé não é feito em linha recta, é feito do inesperado. A
fé é por isso feita de esperança e confiança. Notai que há dois episódios neste
texto: uma mulher que tocou em Jesus e ficou curada da sua doença; e uma menina
que se pensava morta e que Jesus a retomou à vida. O povo ridicularizou Jesus
ao rir-se, porque não acreditava. Hoje fazemos exactamente o mesmo quando
acontece algo que na nossa lógica mundana é impossível. Na lógica divina não há
impossíveis. E ridicularizamos, porque nos falta a metafísica. Não conseguimos
sair do mundo racional, não nos conseguimos descolar do supérfluo da nossa
vida, do nosso espírito mesquinho. Vivemos de “coisinhas” que mais parecemos
crianças em tempos de infância. Jesus convida-nos a tocar. É este toque que nos
falta. Um toque que não é feito por “yoga’s”, nem por outras actividades
esotéricas. Buscamos tocar Jesus, ansiamos tocar em Jesus, mas preferimos
tocar-Lhe por caminhos mais fáceis, e que desfocam o sentido da nossa vida. Em
boa verdade, andamos a tocar em tudo, mas temos medo de tocar no essencial,
porque esse essencial nos confronta e nos compromete. E, actualmente, a palavra
compromisso mete medo. Mete medo porque queremos umas “fézadas”, em vez de uma
Vida, de, na e para a Fé.
jjmiguel