“Não
teríeis condenado estes que não têm culpa”. Um dia um senhor disse: “Deus está
morto”. A frase à época, e ainda actualmente é uma bomba para as mentes mais
sensíveis. A verdade é que Friedrich Nietzsche, por mais que nos doa tinha
razão. O Homem do séc. XX matou Deus, ou seja, renegou-O para segundo plano. O
sagrado foi colocado na gaveta. O Homem matou Deus, mas criou um deus com num
Super-Homem, que se traduz em manifestações esotéricas e em muitas hipotéticas
energias espirituais que no fundo não nos trazem respostas. O que assistimos
hoje é a um farisaísmo cristão sem precedentes. Vivemos de regras, de leis e
mais leis e onde fica o acolhimento, a hospitalidade? Apontamos dedos, julgamos
tal e qual como se fossemos altos magistrados de toga sentados no banco de um
tribunal. Quantos e quantas de nós, durante as celebrações nas nossas paróquias
não dizem: “Olha aquele vem vestido assim?”; “Olha o Coro é uma vergonha! Não
cantam nada!”; “O padre não tem o dom da palavra, não presta para o sermão!”;
“Então aquele é homossexual e vem à missa?”; “Então aquela é divorciada e vai
comungar?” Triste povo, muito triste... Andamos a desperdiçar energias em
futilidades. Como cristãos, o tempo que falamos dos outros e olhássemos para
nós e para o nosso caminho espiritual. Afinal, que caminho fazemos com Jesus?
Ele é o centro da nossa vida? Falamos de tudo menos de Jesus Cristo! Tenho
conhecimento de que muitos deixam de ir à missa e de acreditar na Igreja, só
porque “o padre fez aquilo e não devia ter feito e já não volto lá a meter os
pés...”; ou só porque “o que é que vou fazer à missa, os que lá vão ainda são
piores do que eu...” Vivemos muito preocupados com a vida dos outros, quando
uma só coisa é necessária: Jesus Cristo e o Seu Evangelho e nada mais.
Desculpai a comparação, mas todos temos tempo para ir ver jogar o nosso clube
de futebol, ou para ir para outro tipo de eventos, mas nem sequer temos uma
hora por semana para estar com o Nosso Mestre e Senhor. Sendo assim, para que
nos batizamos, casamos ou queremos funeral pela Igreja? Será que Jesus Cristo
não será mais importante que tradições e devoções que em nada nos fazem
caminhar...? Jesus Cristo tinha razão: “Deixai que os mortos sepultem os seus
mortos...”
jjmiguel