sábado, 6 de agosto de 2016

Sábado da XVIII Semana do Tempo Comum

“E eles ficaram cheios de medo”. O medo, o nosso medo. O medo é algo que nos retira a paz. E necessitamos de paz. Escrevo exactamente no dia em que na Igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray foi assassinado um sacerdote enquanto celebrava missa, enquanto foram feitos reféns, por dois homens, membros do auto-proclamado Estado Islâmico. A nossa resposta é a repulsa, é a revolta e toda uma quantidade de sentimentos que nos saltam perante colossal barbaridade. No entanto, achamos que nada disto tem lógica e que nada justifica tal ataque hediondo. A história e a memória justificam... Estamos perante uma Europa que esqueceu o seu passado e que nunca pensou que a história fizesse um dia justiça. Os tempos que vivemos são exactamente de julgamento da história, sobre erros e erros cometidos por parte da Europa e do Ocidente. Porém a Europa não tem capacidade de resposta. Em primeiro lugar porque a Política vive na subserviência da Economia dissolveu-se por uma Liberdade populista (o poder caiu na rua...); em segundo lugar porque a Indiferença é norma na mentalidade europeia. A Europa necessita de Estado. A Europa de necessita de Ordem. A Europa não precisa de socialismos populares, nem de anarquias, porque, ao que parece existe quem defenda a anarquia e até se deleite com o ataque a uma igreja paroquial que ceifou a vida a um sacerdote. Todos vivemos com medo da ressurreição de Hitler, de Mussolini, de Franco, Salazar... Pois eu temo a ressurreição destes senhores, mas temo também a ressurreição de Lenine, Estaline e outro quantos ditadores de extrema-esquerda. A Europa vive de líderes parolos que passam a vida a lamentar e a criticar, numa verborreia sem fim. Já não precisamos de criticas, nem de análises, precisamos de soluções. Ora, essas soluções os líderes europeus não as têm, porque não têm força, porque estão todos submetidos todos à Economia. Sim, por momentos tenho o saudosismo de uma Europa de Richelieu, de Napoleão, de Churchill, porque para mal ou para bem estes homens pensaram e idealizaram uma Europa. A Europa não pode esquecer a sua identidade histórica alicerçada na Cruz de Cristo. Durante muito tempo os reis e os líderes europeus colocam nos seus brasões de armas exactamente essa Cruz. A Europa actual anda a retirar a Cruz dos seus símbolos nacionais. Aliás, a Cruz foi retirada da vida europeia... O problema é que da Cruz retirada, emerge agora o Quarto Crescente como símbolo europeu, bem como outros símbolos de religiões esotéricas e paganizadas. Além de outras religiões orientais que são interpretadas segundo o nosso belo prazer e para nosso deleite, porque essa vivência de religião terá muito pouco. Todos nos tempos de nos confrontar com a nossa verdade e não fugir dela e temos medo disso mesmo. E passamos a vida em buscas e a desperdiçar energias, quando todas as respostas se encontram em nós e na nossa relação com Deus e Jesus Cristo. Se o Cristianismo deixou de ter influência é porque os Cristãos também não são testemunho de Cristo. Precisamos de Cristãos que falem de Jesus Cristo. Precisamos de Cristãos que em vez de falarem mal da Igreja, do Papa Francisco, ou de outro tipo de cuscovilhices e conversas de corredor falem de Jesus Cristo... O tempo que falam mal de uma Igreja que vive do poder, de uma Igreja burocrática, de uma Igreja pecadora, falem de uma Igreja de Jesus Cristo. Saberão falar de uma Igreja de Jesus Cristo? Somos uma Europa triste, de europeus tristes...


jjmiguel