Os tempos não estão fáceis. Nada fáceis. Na verdade ninguém sabe muito bem por onde vai o caminho.
Ninguém conhece o caminho afinal do mundo nos próximos anos. Sinal disto ficou bem claro nesta Cimeira dos G20. Há um clima de desorientação e sente-se bem no ar. Nas conversas à mesa, com as pessoas...
De facto o ano de 2009 está bastante complicado embora os estados tentem esconder este clima de desorientação. Mas os factos não enganam: Porém, existe uma pergunta que me assmbra a consciência: que dirão os futuros analistas sociais destes factos daqui a cinquenta anos? De uma coisa podemos ter a certeza algo vai mal no mundo. Mas nada está claro. Existe um clima de paz armada sem ninguém se dar conta do que se está a passar. Afinal, ninguém sabe... Desde a falência dos estados de previdência social, desde a falência do neo-liberalismo, há a necessidade emergente de um novo sistema, de um novo modelo de fazer a política, a economia, a sociedade. E esta deverá ser a linha.
Deverá existir um quebrar com as instituições que já não fazem sentido existir. Olhemos por exemplo para instituições como a ONU, ou como a NATO, ou até como a União Europeia que são instituições que durante anos tiveram um objectivo específico, hoje não faz mais sentido se tivermos em linha de conta que o comunismo também faliu. Ainda assim continuam a insistir na existência destas instituições. Na verdade não fazem mais sentido.
Mas gostava de me deter sobrte alguns factos que fizeram a memória desta última semana.
A semana começou com a polémica que está a envolver a construção do novo museu dos coches em Lisboa. Na verdade fará sentido existir um novo museu dos Coches? Na minha perspectiva tudo o que seja perservação da memória penso que faz todo o sentido, se bem que existem outros problemas que temos ao nível da cultura em Portugal bem mais sérios que este caso. No entanto, não poderemos ser reaccionários à mudança.
No futebol (o desporto das massas), Portugal empatou contra a Suécia ficando mais longe da sua qulificação para o Mundial 2010. Na verdade, uma equipa que precisa de encontrar um novo rumo depois de Luis Filipe Scolari.
E volta de novo o Caso Freeport a assombrar os céus políticos de Portugal desta vez com acusações de pressões sobre magistrados que atingem níveis incomportáveis, segundo o recém-eleito presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. O que eu acho inconcebível é como é que estas informações chegam a público e continuam a chegar. Não percebo.
A semana prossegue com um caso de espionagem em que ao que parece uma ciber-rede com bases na China infiltrou-se nos computadores dos serviços de inteligência de 103 países, incluindo Portrugal. A pergunta que se levanta e necessária é esta: se os serviços de inteligência deixam isto acontecer, então o que acontecerá cá fora. cada vez mais percebo as figas de informação.
Mais um sinal do tempo que mais parece uma notícia com mais de oitenta anos: no Índico, a Ilha de Mayotte disse "sim" à integração total na França. Na verdade compreende-se este "sim" Á integração num contexto de crise. Fica-se com a sensação que estamos sobre momentos de um neo-colonialismo.
Porém, no nosso rectângulo nacional, o Ministério das Finanças irá fiscalizar os pagamentos aos gestores. A ver vamos em que fica esta fscalização. Desejo que não seja uma medida eleitoralista.
Depois das acusações proferidas pelo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, os magistrados recorreram ao Presidente da República para falar sobre as pressões na investigação do Freeport, ignorando o Procurador - Geral da República. Mas afinal há ou não pressões sobre os magistrados? Esclareçam isto, porque ninguém percebe.
Ainda estamos em Março e já arderam 10 mil hectares de floresta este ano, dois terços de 2008. Imagino quando quando chegarmos a Junho, Julho, Agosto e Setembro. Percebe-se quando se vê garndes extensões de matas que não estão limpas, nem cuidadas. É a pobreza deste país.
Porque o desporto não é só futebol. No Ténis Frederico Gil, escreveu mais uma página na história do desporto em Portugal, em que deu luta a Rafael Nadal, o melhor do mundo. Mas acabou por perder por 2-0.
Na semana que entramos em Abril, entramos com o PGR a questionar um ex-membro do Governo de Guterres sobre pressões no caso Freeport e, em que o PGR confirma Lopes Mota como principal suspeito no caso. No entanto a resposta continua sem ser dada. Hà ou não pressões sobre os magistrados?
O inicio deste mês de Abril ficará na história com a Cimeira dos G20, em Londres, para resolver a crise em que Barak Obama jogou a sua liderança da América no mundo. Na verdade, a dúvida paira: é Obama, afinal, o D. Sebastião, o Messias, Jesus Cristo, Maomé, o escolhido de Deus para salvar o mundo desta crise? Não se coloque muitas expectativas...
Porém, a burocracia dá a volta à cabeça dos portugueses e a falta de declarações de IRS fizeram o Estado notificar 120 mil contribuintes. Em Portugal ao que parece ainda se continua a não respeitar prazos, a fugir ao fisco e por aí fora... (e o filme continua). É o país da liberdade, fraternidade e igualdade à boa moda berluscuniana.
E o caso Freeport continua a mexer em que o PGR desta vez tentou uma saída negociada para o caso das pressões, mas sem sucesso pois a pergunta continua sem resposta: há ou não pressões sobre os magistrados?
Além disto, semana em que o Governo isentou as filiais internacionais dos bancos. O diploma era de 2006, e note-se, só agora é que é criticado pela Inspecção Geral de Finanças. O que andaria a Inspecção Geral de Finanças a fazer durante 2006? Provavelmente não soube do dito diploma...
No final da semana sabe-se afinal que as pressões sobre os magistrados poderão dar inquérito: Afinal, já dá inquérito!!! E agora a pergunta transforma-se em duas: afinal há ou não pressões sobre magistrados? E de onde vêm as fugas de informação para matéria tão delicada ao Estado Português? Se afinal, vai ser aberto um inquérito é porque algo de grave aconteceu. E em política, o que parece é.
Mais um joguinho de interesses e conveniências, que não se percebe. A Espanha pediu ajuda sobre um amigo libanês de Dias Loureiro, mas parece que esta não obteve resposta. Afinal o que se passou???
Depois dos protestos que deixaram a cidade de Londres citiada antes da Cimeira dos G20, os líderes chegaram a acordo e até acreditam no fim da crise mundial. Mais uns biliões de dólares quenão se sabe de onde vêm, nem para onde vão e com umas novas regras que deixam no ar algo que sabe muito a pouco: umas novas regras de fiscalização de bancos e paraísos fiscais.
No final da Cimeira dos G20 e no inicio da Ciemira da NATO, em Estrasburgo, o Mundo, Portugal procuram um novo rumo às portas da Páscoa de 2009.
Afinal, nesta encruzuilhada mundial, qual o caminho?
Sinais do tempo
Títulos do Jornal "Público" de 29/03 a 03/04 de 2009