«Suportai-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade
do espírito mediante o vínculo da paz» (Ef 4,2). Não é possível manter a
unidade e a paz, se os irmãos não se encorajarem uns aos outros para o
apoio mútuo, mantendo um bom entendimento graças à paciência. [...]
Perdoar ao irmão que nos ofende, não só setenta vezes sete vezes, mas
todas
as faltas, amar os inimigos, rezar pelos adversários e pelos
perseguidores
(Mt 5,39.44; 18,22) – como chegar aí se não formos firmes
na paciência e na
benevolência? É o que vemos em Estêvão [...]: em vez de
pedir a vingança,
pediu o perdão para os seus carrascos, dizendo:
«Senhor, não lhes imputes
este pecado» (Ac 7,60). Eis o que fez o
primeiro mártir de Cristo [...],
que se tornou, não só pregador da Paixão
do Senhor, mas também imitador da
Sua paciente doçura.
Que dizer da cólera, da discórdia, da rivalidade? Que não têm lugar entre
os cristãos. A paciência deve preencher o seu coração; nele não se
encontrará nenhum destes males. [...] O apóstolo Paulo avisa-nos: «Não
entristeçais o Espírito Santo de Deus [...]: fazei desaparecer da vossa
vida tudo o que é amargura, raiva, cólera, gritos ou insultos» (Ef
4,30-31). Se o cristão foge dos assaltos da nossa natureza caída como de
um
mar em fúria, e se estabelece no porto de Cristo, na paz e na calma,
não
deve admitir no seu coração nem a cólera nem a desordem. Não lhe é
permitido pagar o mal com o mal (Rm 12,17), nem conceber o ódio.
in evangelhoquotidiano.org