sexta-feira, 15 de junho de 2012

Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Dos Comentários de São Columbano, monge, fundador de mosteiros
 
 Irmãos, sigamos o nosso chamamento: somos chamados pela Vida à fonte da
vida; esta fonte não é apenas fonte «de água viva» (Jo 4,10), mas da vida
eterna, fonte de luz e de claridade. Com efeito, dela vêm todas as coisas:
sabedoria, vida e luz eterna. [...] Senhor, és Tu mesmo esta fonte, sempre
e para sempre desejável, e da qual nos é sempre permitido e sempre
necessário aurir. «Dá-nos sempre, Senhor Jesus, desta água» para que,
também em nós, ela se torne uma fonte de água «a jorrar para a vida eterna»
(Jo 4,15.14). É verdade: peço-Te demasiado, como negá-lo? Mas Tu, Rei da
glória, sabes dar grandes coisas e Tu mesmo as prometeste. Nada é maior do
que Tu e é a Ti próprio que nos dás, foste Tu que Te deste por nós.


É por isso que é a Ti que pedimos [...] porque não queremos receber senão a
Ti mesmo. Tu és o nosso tudo: a nossa vida, a nossa luz e a nossa salvação,
a nossa comida e a nossa bebida, o nosso Deus. Inspira os nossos corações,
suplico-Te, ó Jesus nosso; pelo sopro do Teu Espírito, abençoa as nossas
almas com o Teu amor, para que cada um de nós possa dizer com verdade:
«Vistes Aquele que o meu coração ama?» (Ct 3,3), porque foi com o Teu amor
que fui ferido.


Desejo que essas feridas estejam em mim Senhor. Feliz da alma a quem o amor
assim fere ─ a alma que procura a fonte, a que bebe e que, no
entanto, não cessa de ter sempre sede, mesmo bebendo, nem de ir sempre em
busca dela pelo seu desejo, nem de sempre beber, na sua sede. É assim que
ela sempre busca amando, pois encontra a cura na sua própria ferida.


in evangelhoquotidiano.org