«Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os Teus discípulos não
jejuam?» Porquê? Porque, para vós, o jejum pertence à lei e não é um dom
espontâneo. O jejum em si mesmo não tem valor, o que conta é o desejo
de quem jejua. Que proveito pensais ganhar jejuando contrariados e
forçados? O jejum é um arado maravilhoso para lavrar o campo da
santidade: converte os corações, desenraíza o mal, arranca o pecado,
enterra o vício, semeia a caridade; mantém a fecundidade e prepara a
colheita da inocência. Os discípulos de Cristo estão colocados no
coração do campo maduro da santidade: recolhem molhos de virtudes e
gozam do Pão da nova colheita; por conseguinte, não podem praticar
jejuns doravante prescritos. [...]
«Porque é que os Teus discípulos não jejuam?» O Senhor responde-lhes:
«Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o
esposo está com eles?» Aquele que toma mulher põe o jejum de lado,
abandona a austeridade; entrega-se totalmente à alegria, participa nos
banquetes; mostra-se em tudo afectuoso, delicado e alegre; faz tudo o
que a sua afeição pela esposa lhe inspira. Cristo celebrava as Suas
núpcias com a Igreja: por isso, tomava parte nas refeições, não recusava
convites; cheio de benevolência e de amor, mostrava-Se humano,
acessível, amável. É que Ele desejava unir o homem a Deus, e fazer dos
Seus companheiros membros da família divina.
in evangelhoquotidiano.org