Jesus Cristo nasceu pobre, e pobre viveu toda a Sua vida; e não pobre,
apenas, mas indigente, mendigo, para usarmos a expressão de São Paulo
(2Co 8,9). [...] Em Nazaré, Jesus vive de forma pobre: «uma casa pobre,
com uns móveis pobres, assim é o alojamento que o Criador do mundo
escolheu». Ali vive de maneira humilde, ganhando o pão com o suor do Seu
rosto, trabalhando arduamente, como todos os operários e filhos de
operários. Ainda assim, não é verdade que os judeus não acreditavam
n'Ele, e que lhe chamavam «o filho do carpinteiro»? (Mc 6,3; Mt 13,55).
Depois, aparece em público para pregar o Evangelho. Durante esses três
últimos anos da Sua vida, longe de melhorar a Sua forma de subsistência,
pratica uma pobreza ainda mais rigorosa, e sobrevive de esmolas. A um
homem que O queria seguir na esperança de passar a viver com maiores
comodidades, responde: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm
ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» Homem,
quer Ele dizer, se, por Me seguires, pensas que vais conseguir ter uma
vida mais abastada, enganas-te, porque eu vim à Terra ensinar a pobreza.
Nesse propósito, tornei-Me mais pobre do que as raposas e os pássaros,
que pelo menos têm abrigos; neste mundo, não tenho de Meu a mais ínfima
parcela de terra onde possa repousar, e quero que os Meus discípulos
sejam como Eu. [...]
«Um servo de Jesus Cristo possui a Jesus Cristo e nada mais», afirma São
Jerónimo. Nem sequer deseja possuir o que quer que seja, mas apenas a
Jesus. Em suma, Jesus viveu sempre pobre, e pobre morreu: pois não teve
de ser José de Arimateia a dar-Lhe o túmulo, e outros ainda a
fazerem-Lhe a esmola de uma mortalha para o corpo?
in evangelhoquotidiano.org