Somente através da meditação e da leitura espiritual podemos cultivar o
dom da oração. A oração mental cresce simultaneamente com a
simplicidade, ou seja, o esquecimento de si próprio, a superação do
corpo e dos sentidos, e a renovação das aspirações que alimentam a nossa
oração. É, como diz São João Maria Vianney, «fechar os olhos, fechar a
boca e abrir o coração». Na oração vocal somos nós que falamos com Deus;
na oração mental, é Ele que nos fala. É neste momento que Ele se
derrama em nós.
A nossa oração deve ser feita de palavras quentes, nascidas da fornalha
do nosso coração cheio de amor. Nas tuas orações, dirige-te a Deus com
grande reverência e confiança. Não te atrases nem te precipites, não
grites, nem te entregues ao mutismo, mas com devoção, com grande
delicadeza, com toda a simplicidade, sem qualquer afectação, oferece o
teu louvor a Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma.
Finalmente, deixa que o amor de Deus possua inteira e absolutamente o
teu coração e deixa esse amor tornar-se no teu coração uma segunda
natureza; não permitas que o teu coração seja penetrado do que lhe é
contrário; deixa-o aplicar-se continuamente ao crescimento deste amor,
procurando agradar a Deus em todas as coisas, não Lhe recusando nada;
deixa-o aceitar tudo o que lhe acontece como vindo das mãos de Deus; faz
com que esteja firmemente determinado a jamais cometer qualquer ofensa
deliberada ou conscientemente – ou, se não, deixa-o humilhar-se e
aprender a erguer-se logo a seguir. Então, esse coração estará
continuamente em oração.
in evangelhoquotidiano.org