O amor não consiste em sentirmos que amamos, mas em querermos amar.
Quando queremos amar, amamos; quando queremos amar acima de tudo, amamos
acima de tudo. Se acontecer sucumbirmos a uma tentação, é porque o amor
é demasiado fraco, não é porque ele não exista. É preciso chorar, como
São Pedro, arrependermo-nos como São Pedro [...] mas, também como ele,
dizer três vezes: «Amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos, Vós sabeis que, apesar das
minhas fragilidades e pecados, eu Vos amo» (Jo 21,15ss).
Quanto ao amor que Jesus tem por nós, Ele provou-o à abundância para que
nele acreditemos sem o sentirmos. Sentir que O amamos e que Ele nos ama
seria o céu; mas o céu, salvo em raros momentos e excepções, não é aqui
em baixo.
Lembremos sempre uns aos outros esta história dupla: a das graças que
Deus nos deu pessoalmente desde o nascimento e a das nossas
infidelidades ; e aí acharemos [...] motivos infinitos para nos
perdermos, com ilimitada confiança, no Seu amor. Ele ama-nos porque é
bom, não porque somos bons; não amam as mães os filhos desencaminhados? E
muitas razões havemos de encontrar para nos enterrarmos na humildade e
na falta de confiança em nós próprios. Procuremos resgatar um pouco os
nossos pecados pelo amor ao próximo, pelo bem feito ao próximo. A
caridade para com o próximo, os esforços para fazer bem aos outros são
um excelente remédio a opor às tentações: é passar da simples defesa ao
contra-ataque.
in evangelhoquotidiano.org