Cidade do Vaticano (RV) - A liturgia deste domingo nos fala da magnânima bênção de Deus na
vida
de quem é generoso para com seu semelhante, de quem é desprendido dos
bens deste mundo, porque confia nele e ama seus irmãos.
A primeira
leitura, tirada do Primeiro Livro dos Reis, nos relata um fato ocorrido
quando em Israel sobreveio uma grande seca . O Profeta Elias chegou a
Sarepta e com fome e sede, pediu a uma viúva que encontrou na entrada da
cidade, água e pão. A pobre mulher disse que o que ela possuía era o
fim das reservas e que após se alimentarem, ela e seu filho aguardariam a
morte. Elias disse que não se preocupasse e que o alimentasse primeiro,
pois ela deveria confiar na promessa de Deus, de que nada faltará.
Ela acreditou e fez como o profeta mandou. O relato concluiu informando que, de fato, nada faltou durante todo aquele estio.
Deus
tem compaixão dos pobres e, mais que com alimento, Deus abençoou a
viúva com a fé em sua palavra. A viúva, representando os fiéis pobres,
mostrou que o pobre espera tudo de Deus e não partilha o supérfluo,
porque não o tem, mas partilha o indispensável, o essencial para sua
subsistência.
O Evangelho nos fala de outra viúva pobre. É aquela
que mereceu um elogio de Jesus, quando depositou no cofre do Templo sua
oferta. Recordemos o fato: o Senhor estava com seus discípulos no Templo
e observavam as pessoas. A atenção deles foi chamada por pessoas bem
vestidas depositando grandes quantias no cofre. Por outro lado, também
não ficou despercebida, exatamente por causa do contraste, a oferta da
viúva, que humilde, depositou duas pequenas moedas que não valiam quase
nada. Nesse momento Jesus, levou-os a refletir sobre o que viam e observavam.
Disse
o Senhor: “Em verdade vos digo, esta viúva deu mais do que todos os
outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra,
enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para
viver”.
Deus não olha a quantia, Ele não precisa disso, é Deus! Ele
olha a generosidade, aquilo que nos torna semelhantes a Ele, a Jesus e
aos santos. Discípulo do Senhor é quem vive a generosidade, quem
renuncia a tudo, para segui-lo.
Se quisermos viver a santidade
verdadeira, será necessário que o imitemos, que “sendo rico, se fez
pobre”, como nos ensina São Paulo na 2ª Carta aos Coríntios.
A
segunda leitura nos ajuda no esclarecimento dessa generosidade, até onde
ela nos leva: “uma vez por todas, ele (Jesus) se manifestou para
destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo.” Cristo não nos deu tudo
que possuía, mas foi além, dando-nos a si próprio.
Uma frase escrita
pelo Pe. Leonel Franca, o jesuíta fundador da Universidade Católica do
Rio de Janeiro, conclui nossa reflexão: “Com o Absoluto não se regateia,
quem não deu tudo, não deu nada. O sacrifício deve ser holocausto!
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