De Santo Ambrósio, bispo de Milão e doutor da Igreja
Chorem, os que não podem ter a esperança da ressurreição; não é a
vontade de Deus que lhes tira essa esperança, mas a dureza daquilo em
que acreditam. Tem de haver uma diferença entre os servos de Cristo e os
pagãos. Eis o que é essa diferença: estes choram os seus pensando-os
mortos para sempre; não podem assim pôr fim às suas lágrimas, não
encontram descanso para a tristeza: [...] enquanto para nós, servos de
Deus, a morte não é o fim da existência mas o fim da nossa vida. Dado
que a nossa existência é restaurada por uma condição melhor, que a
chegada da morte nos varra portanto todos os choros. [...]
Quão maior será a nossa consolação, por acreditarmos que as boas acções
que fizermos prometem melhores recompensas depois da morte. Os pagãos
têm a sua consolação: para eles a morte é um repouso para todos os
males. Como pensam que os seus mortos estão privados de fruir a vida,
pensam também que ficam privados de toda a faculdade de sentir e
libertos da dor das duras e contínuas tribulações que se sofre nesta
vida. Mas nós, assim como devemos ter um espírito mais elevado por causa
da recompensa esperada, devemos também suportar melhor a dor graças a
essa consolação. [...] Os nossos mortos não foram enviados para longe de
nós, mas apenas antes de nós – eles a quem a morte não tragará, mas a
quem a eternidade receberá.
in evangelhoquotidiano.org