O gesto afectuoso de Jesus, que Se aproxima dos leprosos para os
reconfortar e curar, tem a sua expressão plena e misteriosa na Sua
Paixão. Torturado e desfigurado pelo suor de sangue, pela flagelação,
pela coroação de espinhos, pela crucifixão, abandonado por aqueles que
esqueceram o bem que Ele lhes tinha feito, na Sua Paixão Jesus
identifica-Se com os leprosos. Torna-se Sua imagem e símbolo, como o
profeta Isaías intuíra ao contemplar o mistério do Servo do Senhor:
«Vimo-lo sem beleza nem formosura, desprezado e evitado pelos homens,
como homem [...] diante de qual se tapa o rosto. [...] Nós o reputávamos
como um leproso, ferido por Deus e humilhado» (Is 53,2-4). Mas é
precisamente das feridas do corpo torturado de Jesus e do poder da Sua
ressurreição que brotam a vida e a esperança para todos os homens
atingidos pelo mal e pela enfermidade.
A Igreja sempre foi fiel à sua missão de anunciar a palavra de Cristo,
unida a gestos concretos de misericórdia solidária para com os mais
humildes, para com os últimos. Ao longo dos séculos, tem havido um
crescendo de dedicação impressionante e extraordinária às pessoas
afectadas pelas doenças humanamente mais repugnantes. A história põe
claramente em evidência que os cristãos foram os primeiros a
preocupar-se com o problema dos leprosos. O exemplo de Cristo fez
escola, e deu muitos frutos em actos de solidariedade, de dedicação, de
generosidade e de caridade desinteressada.
in evangelhoquotidiano.org