O Senhor restaura Jerusalém e faz surgir nela a justiça. Toma-a como sua
esposa. Ele é o esposo apaixonado por ela e ao dar-lhe um nome novo ela
se torna importante em meio a todos ao povos. Sua ação a faz Povo de
Deus.
No Evangelho, João descreve o início dos sinais de Jesus
realizados em uma festa de casamento. O casamento celebra a doação, a
entrega recíproca de duas pessoas, para sempre.
Do mesmo modo dá-se a
entrega de Jesus pela Igreja, sua esposa e, como tal, é o que se espera
dela, que seja fiel e honre o amor recebido. Essa cerimônia é realizada
três dias depois do encontro de Jesus com seus discípulos, o que nos
recorda a ressurreição de Jesus três dias após sua entrega redentora por
sua esposa, a Igreja.
A presença de Maria é citada fora do grupo
dos discípulos de Jesus e o Senhor a chama de mulher. João quer dizer
que Maria estava na festa, mas representava a Humanidade, os filhos de
Eva que aguardavam a chegada do Esposo, Jesus. Na sala estão seis talhas
de pedra para a purificação ritual. Ora, essa informação nos fala da
imperfeição da purificação antiga. São seis e não sete, que, na
simbologia bíblica representa o número perfeito, e fala também da
abundância de água, que se tornará abundância de vinho.
A presença
do Mestre plenifica a purificação, pois ela se dará com seu sangue,
sinalizado pela abundância de vinho. Do mesmo modo a excelência do vinho
novo, advindo pós ação de Jesus. Finalmente vejamos os diálogos. Jesus
diz que sua hora ainda não chegou. Ele se refere à hora em que redimirá a
Humanidade, com sua paixão. Maria diz: “Fazei tudo o que ele vos
disser!” É a Humanidade convertida que aceita obedecer a Deus,
reconhece-o como Senhor, diferentemente do filhos de Eva.
Portanto,
João quer nos dizer que nessa cena de casamento foram realizadas,
prefiguradamente, as núpcias entre Cristo e a Humanidade. A profecia de
Isaías se realiza. O Senhor torna a Humanidade sua predileta, a desposa
na cruz e lhe dá um nome novo: Meu Povo!
A liturgia de hoje nos diz
que o amor de Jesus por nós é radical e seu amor é comparado ao de um
esposo que ama tanto a ponto de dar a vida por sua amada. Sejamos fiéis
ao nosso batismo. Nele demos nosso sim ao Senhor e a aliança que foi
selada com seu sangue redentor. Vivamos o amor e aguardemos o dia feliz
das núpcias eternas!
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