sábado, 9 de abril de 2016

Como o vento soprava forte

Somos os discípulos diante de um mar agitado que estamos com medo do mundo, e então fechamos as nossas conchas a tremer de medo, porque temos medo de nos fazer ao largo. Temos medo das tempestades. A História da Igreja está cheia de exemplos de uma Igreja que perante as mutabilidades do mundo se escondia na sacristia com medo, com muito medo, com vergonha da Cruz. Neste momento estamos a viver com medo. Os cristãos estão com medo de afirmar que são contra o aborto, que são contra a eutanásia, que são contra a morte, que são pela vida e defendem a sua dignidade. Os cristãos estão com medo de dizer que são contra o divórcio e contra a comunhão dos recasados. Sim, estamos com medo... Temos medo e vergonha de afirmar bem alto que não queremos as cruzes retiradas das nossas escolas e locais públicos. Temos medo de dizer que adoramos um assassino suspenso numa Cruz e que ao terceiro dia ressuscitou. Estamos com medo de afirmar os valores cristãos diante de uma fortíssima tempestade contra nós e andamos todos aos gritos como os apóstolos na barca: uns gritando pela permanência das tradições eclesiásticas e pela doutrina, outros por seu turno a gritarem por uma Igreja progessista e cheia de liberdade. Estamos com medo, mas notai Jesus, simplesmente diz: “Não tenhais medo...” Em última instância temos medo das palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros...”

jjmiguel