Somos os discípulos diante de um mar agitado que estamos com medo do mundo, e então
fechamos as nossas conchas a tremer de medo, porque temos medo de nos fazer ao
largo. Temos medo das tempestades. A História da Igreja está cheia de exemplos de
uma Igreja que perante as mutabilidades do mundo se escondia na sacristia com
medo, com muito medo, com vergonha da Cruz. Neste momento estamos a viver com
medo. Os cristãos estão com medo de afirmar que são contra o aborto, que são
contra a eutanásia, que são contra a morte, que são pela vida e defendem a sua
dignidade. Os cristãos estão com medo de dizer que são contra o divórcio e
contra a comunhão dos recasados. Sim, estamos com medo... Temos medo e vergonha
de afirmar bem alto que não queremos as cruzes retiradas das nossas escolas e
locais públicos. Temos medo de dizer que adoramos um assassino suspenso numa
Cruz e que ao terceiro dia ressuscitou. Estamos com medo de afirmar os valores
cristãos diante de uma fortíssima tempestade contra nós e andamos todos aos
gritos como os apóstolos na barca: uns gritando pela permanência das tradições
eclesiásticas e pela doutrina, outros por seu turno a gritarem por uma Igreja
progessista e cheia de liberdade. Estamos com medo, mas notai Jesus,
simplesmente diz: “Não tenhais medo...” Em última instância temos medo das
palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros...”
jjmiguel