Jesus
pergunta-nos hoje: “Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?” E qual
a nossa resposta? Somos nós que temos de dar comer a um mundo sedento de fome e
de sede de espírito. O cristão é aquele soldado que não tem pátria, mas é lhe
confiada uma missão de ir e ser trigo para que muitos possam ser alimentados,
esteja onde estiver. Quando vemos cristãos que não estão preparados para esta
missão e de braços caídos, bem que Jesus pode perguntar onde é que vai arranjar
pão para dar de comer a toda esta gente que vagueia sem um sentido na sua vida,
que vagueia num mundo de trevas, de silêncios ruidosos, de gemidos de dor. Onde
é que andam esses Cruzados militantes de Jesus Cristo. Onde é que estão os
cristãos militantes, prontos para o bom combate da fé? Porventura estamos a
tremer de medo perante a asfixia do anticlericalismo, do ateísmo, do
relativismo, do capitalismo, do consumismo, do comunismo, do fascismo, do
comunitarismo, do panteísmo, do hedonísmo...? Sinceramente e muito francamente
se na verdade o bispo vestido de branco que caminhava numa cidade meio em
ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia
orando pelas almas dos cadáveres que encontrava no caminho; chegado ao cimo do
monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de
soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo
uns atrás outros os Bispos, os Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias
pessoas seculares, cavalheiros senhoras de várias classes e posições. Sob os
dois braços da Cruz estavam dois anjos cada um com um regador de cristal na
mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com eles regavam as almas que se
aproximam de Deus. Se isto é assim, estamos perante uma profecia revelada no
terceiro segredo de Fátima, mas que ainda não foi cumprida. São João Paulo II
teve a sua interpretação depois do atentado em 1981, mas sinceramente acho que
estamos ainda diante de uma profecia já revelada, não compreendida e ainda por
realizar, afinal ainda vivemos a Primavera do Cristianismo, caríssimos e
caríssimas...
jjmiguel