segunda-feira, 30 de maio de 2016

Segunda-feira da IX Semana do Tempo Comum

“A pedra rejeitada.” Deus está connosco. E nós estamos com Deus? Fazemos de Deus o centro de toda a nossa vida? A caminhar perfeitamente às escuras, num mundo em que cada vez mais nos apaga as luzes da nossa existência e que nos quer formatar com as formas de um sistema que cada vez mais se percebe a sua ruína. A Europa é hoje uma sociedade que perdeu a sua identidade. Perdeu a sua identidade porque esqueceu as suas raízes. As raízes da Europa foram plantadas com a semente do Cristianismo. Durante algum tempo estive na América Latina e fiquei vislumbrado com o que por lá presenciei. Percebi que a Europa, e até eu, europeu, me confesso, tantas e tantas coisas que já me tinha esquecido. Sim, meus caros e minhas caras, está na hora da Europa fazer um “mea culpa”, e olhar para os ventos que emergem de África, das Américas, da Ásia. Neste caminho a Europa mais tarde ou mais cedo terá que ser recristianizada, por quem ela própria cristianizou, e isso será um grande acto de humildade e simplicidade que o continente europeu poderá dar ao mundo. Diria mesmo um testemunho cristão, para se voltar de novo a erguer. A Europa necessita de cair do seu cavalo para mergulhar nesta Fonte de água viva. É neste sentido como bem entendo o Papa Francisco e por isso continuo a dizer que ele nada disse até agora de novo, porque em boa verdade fomos nós, sociedade europeia. Falamos em “Nova Evangelização”, mas a “Nova Evangelização” é direccionada para Europa, porque o que se assiste em África, Américas, Oceânia e Ásia é sinal da presença viva de Nosso Mestre e Senhor. A Europa está a ruir, às suas próprias mãos, e por isso seria mais que tempo que os cristãos europeus soubessem ler os sinais dos tempos e deixassem cair a sua soberba e a sua arrogância, porque o centro de influência mundial cristão deixou de ser a Europa e estamos diante de um Cristianismo à escala global. É por isso um tempo não para ficarmos no pessimismo, mas pensarmos novos modelos e novas formas de anúncio e novas linguagens, sem que seja colocado em causa o Evangelho do Nosso Mestre e Senhor.

jjmiguel