“Temiam
Jesus.” Os príncipes dos sacerdotes e os escribas do templo temiam Jesus. E
porquê? Porque Jesus confrontava, afrontava o sistema instituído. As suas
palavras eram fogo que fazia explodir com todos os padrões sociais da época.
Assim também terão que ser os cristãos... Não podemos calar perante ideologias
que procuram trazer a desordem e a anarquia. Está no ar uma certa inércia e
alienação perante tamanhas afrontas que vão contra todas as leis naturais da
vida. Tomo as palavras de Sua Eminência, o Card. Clemente de Lisboa: “Se as pessoas não podem ter filhos, há
outra maneira de exercerem esse gosto que têm. Há muita criança por adoptar, há
muita causa que precisa também de ser adoptada. Estar a contrariar aquilo que é
o desenvolvimento natural do ser humano e a separar as duas fases e afastar
esse ser que cresce no ventre de uma mãe para outra pertença abusivamente é
muito errado, é um contra-senso civilizacional.” Perante a legislação
aprovada pelo Parlamento português por estes dias, está evidente mais uma
golpada do poder à estrutura familiar. Tenho conhecimento de famílias que
procuram adoptar uma criança e chegam a levar dez anos para que a possam
adoptar, devido a processos burocráticos. Bem como outros casos que se torna um verdadeiro problema a quem deseja e procura erguer uma Família. Porém, a
sociedade opta pelo mais fácil. Aprovam-se e financiam-se abortos e agora
aprovam-se “barrigas de aluguer”. Mas o que faz o Estado para promover
políticas de planeamento familiar e de incentivo à natalidade? Será com
abortos? Será com “barrigas de aluguer”? Há quem ache que isto tudo é um sinal
colossal de modernismo e progresso... A História julgará este modernismo e progressismo.
Da minha parte poderão aprovar e criar as leis que quiserem, mas nunca poderão
alterar a lei natural a que todos nós, humanos, estamos submetidos. É por isso
que Jesus Cristo é temido, porque as suas palavras não estão com poderes e
ideologias instituídas. As suas palavras estão direccionadas para o Homem
enquanto tal e por isso também convinha aos estados terem no seu centro o Homem
e seu bem-comum. É por isso que os cristãos não podem cair em poderes
instituídos e em políticas facilitistas, mas políticas que sirvam o bem-comum. Precisamente os cristãos são convocados e chamados a levarem nos seus ambientes a ordem e o progresso desejados e que sirva o bem da comunidade.
jjmiguel