“Não
deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas”. Um dia
pensei que devia ajudar toda a gente, porque achava que toda a gente precisava
de ajuda. E é correcto pensar assim, porque todos somos filhos e logo irmãos no
mesmo Deus e Pai que está acima de tudo e de todos. Porém, a certa altura
perguntava-me até que ponto nos devemos entregar e dar? Porém, cheguei à
conclusão que nos devemos dar de graça o que de graça recebemos ilimitadamente,
no entanto que uma ressalva: é que existe quem necessite de ajuda, mas quer a
nossa ajuda para nada, porque ao fim e ao cabo, não quer sair do seu espaço de
conforto. Nestes casos, pergunto-me até que ponto devemos ajudar, porque muito
provavelmente estaremos a dar pérolas a porcos, porque o comodismo e a cegueira
poderá ser tão grande que há quem não veja a mão de Deus mesmo diante dos seus
olhos e nestes casos, não podemos insistir, porque poderemos estar a
desperdiçar forças. Vivemos hoje num mundo em que vivemos nos nossos espaços de
conforto e de lá não queremos sair, porque nos é seguro. Se não saímos dos
nossos espaço de conforto, então o que andamos a fazer e que mundo queremos
contruir? A construção de uma civilização do Amor só se fará com a saída dos
nossos espaços de conforto e ir ao encontro e prestar ajuda a quem de facto
necessita, porque cuidado poderemos estarmos a gastar forças desnecessárias
para o anúncio do Reino.
jjmiguel