“O rei
ficou consternado.” Herodes ouviu falar da fama de Jesus e no seu interior
emergiu os remorsos de ter mandado decapitar João Baptista. A verdade é que
Herodes tinha apreço por João Baptista, mas Herodes vivia amancebado com a
mulher do seu irmão, e esta não gostava de João Baptista, porque este
denunciava tal facto. No momento em que Herodes podia ter evitado a morte de
João Baptista ele para não ficar envergonhado diante da sua mulher e dos
convidados, mandou decapitar João Baptista. Vem isto a propósito, porque tal
como Herodes hoje na nossa sociedade vivemos este problema de identidade. Temos
vergonha daquilo que somos. Em boa verdade, temos vergonha de dizer que somos
cristãos porque em alguns dos casos temos medo de ser injuriados, ou até de
outro tipo de retaliações. Temos vergonha de dizer que seguimos Jesus Cristo e
que defendemos a Vida, a Esperança e que acreditamos na Ressurreição. Temos
vergonha da Cruz e remetemo-la para segundo plano. Mas a nossa vida cristã é a
Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus. Uma vida cristã sem esta “triologia”
é uma vida cristã mundana e sem espírito, porque não tem nada que lhe dá
sentido. Como dizia ontem e reitero: ou somos Cristãos, ou não somos Cristãos.
Muito francamente, há uma linguagem que cada vez mais faz sentido na Igreja: a
linguagem do “sim” e do “não”. A Igreja não tem de ter medo de perder gente porque
é exigente, a Igreja tem de fazer valer no Mundo a vida de Jesus Cristo e isso
significa dizer que “sim” e dizer que “não”, quando terão que ser ditos. Uma
linguagem de “nin’s” é que não pode existir na Igreja. Para meio entendedor
meia palavra basta...
jjmiguel