“Muitos
dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros”. A
Igreja recorda hoje São Bento. Muito mais que o “São Bentinho” como nos diz a
devoção estamos a falar do padroeiro da Europa. Falamos de São Bento de Núrsia
que foi através dele que hoje temos a Europa neste configuração que hoje todos
conhecemos. Foi à sombra de muitos mosteiros que a Europa foi toda ela
refundada depois de ter sido abarrotada pelas invasões dos povos do Norte e do
Leste. Hoje a Europa esqueceu tudo esta história. Pergunto aos senhores que
quiseram e continuam a renegar a identidade cristã europeia o que seria se
muitos mosteiros não tivessem guardado e dado muito da cultura que deram o que
seria hoje a Europa? Não podemos esquecer as nossas origens, a nossa memória.
Uma vergonha aquilo que hoje se passa acerca do ensino da História, em especial
nos primeiros anos escolares e depois mais tarde. Conhecer a História é ter a
memória presente. Bem sei que são alguns esforços feitos por parte de alguns
agentes do ensino para a História não seja apagada. Queremos viver sem memória,
queremos viver sem passado, porque talvez o passado nos faça sofrer. Mas
normalmente viver agarrado a esse passado também faz mal. Somos convidados a
viver e a aprender com o passado e não a viver um passado que já não existe.
Somos chamados a viver no nosso presente com a aprendizagem do passado e
através dessa aprendizagem no presente, a proteger um futuro, para que possamos
ser melhores. Numa altura em que estamos a viver numa Europa que está
completamente a ruir, depois do abalo do “Brexit” e demais problemas que
assolam a Europa será tempo de soluções. O que está morto, está morto, é tempo
de dar solução ao que está vivo e seguir em frente e não ficar aprisionado a
grilhões que nos prendem. A Europa precisa urgentemente de reflectir sobre quem
foi (com o bom e o mau), quem é e o que poderá vir a ser. Não precisamos de
profetas da desgraça, mas profetas da graça e da vida... Assim o foi São Bento
de Núrsia que numa Europa totalmente em ruínas, fê-la erguer e a obra nasceu,
até hoje...
jjmiguel