domingo, 4 de setembro de 2016

No XXIII Domingo do Tempo Comum - Lc 14, 25-33

“Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo.” Estamos nas mãos de Deus. Não devemos perder tempo a olhar para trás. Devemos seguir em frente, sabendo que Deus nos leva pela mão. A fé é este salto no desconhecido. Deus é mistério e será sempre mistério, porque se assim não fosse não avançaríamos e não tinhamos que decidir nada, porque tudo já conhecíamos. A vida é este mistério da fé. E só a fé poderá dar sentido à vida. Por estes dias vivem-se dias de fé em Itália. Ao vermos as imagens, as fotos, os testemunhos... perguntamos: “E agora, Senhor?”  Nestes momentos é para a fé que nos temos que voltar, porém continuamos a renegar a fé. O que foi aquilo que aconteceu em França quando as autoridades francesas mandaram retirar a uma mulher que estava na praia o burkini? Proibir o uso da burka a um muçulmano é o mesmo que proibir o uso da cruz em espaços públicos! É assim que se respeita a liberdade religiosa? É assim que se respeita o que cada um acredita? Cada um é livre de acreditar, de viver a sua fé. Assim como se é livre de não acreditar em nada e ser ateu. Porém não se pode obrigar o outro a pensar da mesma forma. Não somos todos obrigados a ser laicos! No entanto nesta questão do laicismo, houve sempre uma dúvida que se me impôs: desde a Revolução Francesa o laicismo era liberdade religiosa ou anticlericalismo? Sinceramente acho que o laicismo que se quis impôr (à qual essa imposição ainda hoje se impõe), não era laicismo, mas sim anticlericalismo. Muito sentidamente, entendo que a Igreja Católica enquanto instituição humana cometeu alguns erros e que foram negros para a História da humanidade. No entanto, a Igreja e a Religião são muito mais que esses factos negros que assolaram a história do mundo. A Religião tem uma mensagem que deve ser anunciada, que deve ser expressada. Por isso entende-se que o principal papel da Igreja no Mundo é o anúncio do Evangelho. O Evangelho é esta boa notícia de que todos somos amados por Deus, e que todos nos devemos amar, para que o Reino de Deus possa ser uma realidade já aqui neste mundo. Quer dizer então de que estamos a falar de Amor! E pelo que parece falar de Amor faz ainda hoje muita gente saltar da cadeira! Jesus Cristo falou de Amor e acabou de braços estendidos na Cruz por Amor! Eis a triste verdade da humanidade... Temos medo de amar e do Amor... Desta forma chamamos à responsabilidade os cristãos que devem ser esta vivência do Amor e da Paz em Jesus Cristo, de contrário se não forem este testemunho de nada servem serem cristãos baptizados. Se somos favoráveis à liberdade religiosa, significa por isso que todos poderão ser livres de expressar publicamente a sua fé, seja cristã, muçulmana, judía, etc. Não se encha a boca com liberdade religiosa querendo com isso exterminar com o “ópio do Povo” – a Religião!

jjmiguel