quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Quarta-feira da I Semana do Tempo de Advento - Mt 4, 18-22

Em toda a vida Jesus é-nos apresentado o quotidiano das pessoas, ou seja, Jesus sempre que exortava as pessoas fazia-o com o que era mundano, no fundo adotava a sua linguagem aos recursos que cada uma das pessoas tinha. A liturgia de hoje descrevemos o chamamento de Cristo a Pedro, André, Tiago e João. A tradição diz-nos que Pedro e André eram irmãos, porém é-nos apresentado também Tiago e João como irmãos, todos eles eram pescadores, com algumas semelhanças, mas eram pescadores. Jesus no momento em que os chama convida-os a pescar homens, mas este pescar homens é uma metáfora, no fundo o que Jesus faz é convidá-los a Segui-Lo e a auxiliá-lO na construção dos seus seguidores, pois, segundo a tradição, estes foram os primeiros a serem escolhidos por Jesus. Também segundo a tradição André terá sido cruxificado em Acaia com a cruz em X e não como era habitual. Posteriormente, segundo a tradição, André torna-se então o fundador e símbolo do Patriarcado de Constantinopla.


andré araújo

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Terça-feira da I Semana do Tempo de Advento - Lc 10, 21-24

A Liturgia de hoje mostra-nos a acção do Espírito Santo. Toda a acção de Jesus é sempre acompanhada pela acção do Espírito Santo, este rejubilar de alegria é como que uma manifestação de amor dada a Jesus pelo Espírito Santo. Note-se que Jesus diz muito concretamente ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho, é aqui que se expressa a condição da Santíssima Trindade. Onde está o Pai está o Filho que chega até nós pelo Espírito Santo e, é nesta relação filial entre o Pai e o Filho que nós somos convidados a colocar tudo o que somos em Cristo e em Deus. Deus dá tudo a seu Filho para que ele possa manifestar o seu poder aos discípulos e, para que sejam testemunhas vivas do amor e do poder de Deus. Por isso é que Jesus faz aquela exortação muito queriam ter visto e ouvido o que cada um de vós viu e ouviu, mas esses não foram contemplados, isto demonstra a verdadeira glória que Jesus tem para com os seus discípulos.


andré araújo

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Segunda-feira da I Semana do Tempo de Advento - Mt 8, 5-11

Começamos o Advento, um tempo de espera Daquele que “advir”, no fundo, um tempo de oração pelo nascimento do nosso salvador. Assim também o evangelho nos exorta a isso mesmo. No momento da eucaristia nós fazemos memória a esta passagem, nomeadamente com a expressão do centurião “senhor eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e eu serei salvo” esta expressão congrega em si o mistério da salvação, por um lado cada um de nós se reconhece como pecador e, por outro cada um de nós pode ser algo da salvação feita por Deus. Nota-se também que a exortação feita por Jesus é como que uma chamada de atenção, para a partilha e para o amor, onde Jesus prolonga essa oferta de amor e partilha não apenas a uns, mas do ocidente a oriente, no fundo a todos.


andré araújo

domingo, 27 de novembro de 2016

No I Domingo do Tempo de Advento - Mt. 24, 37-44

“Estai vós também preparados.” A Igreja inicia hoje o Tempo de Advento. O Tempo de Advento  é um tempo de expectativa, de ansiedade, de penitência, de sofrimento por esta espera do Nosso Mestre e Senhor que está para chegar para nos devolver à vida. A Palavra há muito proclamada fez-se carne e nós vimos, ouvimos, contemplámos, tocámos. Deus habitou entre nós! Deus veio ao encontro do Homem! Será que o Homem de hoje quer-se encontrar com Deus? Penso que sim, mas falta-lhe descobri o Amor. Neste tempo de preparação para o Natal, não seja um tempo só de ir à procura da melhor prenda, da filantropia burgueso-maçónica, de uma compaixão mundana, de uma misericórdia balofa, de nos afundarmos num mundo afundado por um consumismo que está desregulado resultado de um sistema capitalista que nos engoliu. Os meus votos é que este tempo de Advento é que de facto seja um tempo em que possamos derrubar barreiras, muros e possamos acolher no nosso coração o Menino Jesus, nascido na mais profunda pobreza. Que Deus se possa fazer Homem no coração de cada homem e mulher de boa vontade! Apetece-me parafrasear o Beato Paulo VI: Homens, sede homens neste Natal de 2016, porque o Mundo precisa de Paz!


jjmiguel                                                          

sábado, 26 de novembro de 2016

Sábado da XXXIV Semana do Tempo Comum - Lc. 21, 34-36

“Não suceda que os vossos corações se tornem pesados.” Jesus exorta-nos a termos cuidado, para não nos afundarmos demais nas preocupações da vida, porque podemos no meio dessas preocupações perder o sentido e morrermos definitivamente. Hoje preocupa cada vez mais a morte espiritual. Damos muita importância à morte, mas não conseguimos ver na morte, um sinal de vida e de esperança e isto porque estamos afundados demais e centralizados demais em preocupações desnecessárias, quando uma só coisa é necessária: sermos cada vez mais configurados com Jesus, Nosso Mestre e Senhor, e o segredo está na oração. A oração é um diálogo, e um diálogo pressupõe uma intimidade, e quanto maior for essa intimidade com Jesus, mais Jesus se faz presente na nossa vida. Os cristãos falam de Jesus Cristo, porque O vivem, porque O experienciam na e com a sua vida de discipulos. Por isso, “vigiai e orai!”


jjmiguel

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Sexta-feira da XXXIV Semana do Tempo Comum - Lc. 21, 29-33

“As minhas palavras não passarão.” “Jesus Cristo, ontem hoje e sempre”, assim cantamos em algumas ocasiões nas nossas comunidades durante as Eucaristias. Na verdade, por Jesus, Deus entrou na História do mundo. O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o mesmo Deus que viu surgir e cair muitos impérios. Deus é... Todos os atributos que lhe possamos atribuir é limitá-lo aos nossos limites no tempo e no espaço. Por isso quando procuramos explicar quem é Deus é o mesmo que estarmos a colocar diante da nossa racionalidade e logo estamos a limitar um Ser que é muito mais que os nossos limites e que é mistério e que por ser mistério ao longo da nossa vida se vai revelando nas nossas relações. O homem está condenado a ser um ser em relação, caso contrário perde o seu sentido de viver, porque a sua vocação é amar e ser amado. Neste viver no Amor, está a pessoa de Deus, porque o Amor é a essência da vida de Deus.


jjmiguel

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Quinta-feira da XXXIV Semana do Tempo Comum - Lc. 21, 20-28

“Erguei-vos e levantai a cabeça.” Jesus mais uma vez nos dá a conhecer que muito se passará, muitos serão os acontecimentos em que parece que o mundo está a chegar ao fim. Muito frequentemente isso se passa na nossa vida. Com frequência temos sentimos que à nossa volta tudo vai desabar. Porém Jesus diz-nos para nos erguermos, levantarmos a cabeça e ter coragem. Os cristãos estão no mundo, vivem no mundo, por isso não se podem alienar dos problemas do mundo e esse é a missão de todo e qualquer batizado: ser embaixador de Cristo. Um embaixador tem uma missão diplomática junto de outro Estado, assim é a vida cristã. Somos nós cristãos batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, que devemos ser no mundo representantes fiéis da missão de Jesus Cristo no mundo: a proliferação da Paz e do Amor. Se não formos isto, podemos ser muitas coisas, menos cristãos.


jjmiguel

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Quarta-feira da XXXIV Semana do Tempo Comum - Lc. 21, 12-19

“Eu vos darei língua e sabedoria.” Jesus revela-nos o que irá ser a vida dos discipulos de Jesus. Uma vida de provações, de dissabores, de sofrimento, de perseguição... Fica expressa que a vida e a missão dos discipulos de Jesus é uma vida de amargura e desgraça, porém não é esse o sentido que Jesus quer expressar. Jesus expressa que os discipulos de Jesus terão que fazer a experiência da Cruz para poder dar testemunho da vida e do Amor de Deus expresso no estandarte da Cruz. Não podemos ser cristãos sem Cruz. Falar de Jesus Cristo sem a cruz, não é falar de Jesus Cristo. Falar somente de Jesus ressuscitado, sem a provação da Cruz é falar de um cristianismo mundanizado e de uma mera filosofia de vida. A vida humana tem sofrimento, tribulações e problemas, não é mera felicidade eterna. O sofrimento existe para que possamos experimentar e sentir na pele o Amor e a Vida, bem como a morte é uma realidade para que possamos expressar a vida e a vida em abundância.


jjmiguel

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Terça-feira da XXXIV Semana do Tempo Comum - Lc 21, 5-11

“Não será logo o fim”. Jesus em diálogo com os seus discípulos tem um discurso em que dá a revelar um cenário colossalmente apocaliptico. Muitos houve, há e haverá que fizeram deste discurso de Jesus como o anúncio do final dos tempos. Na verdade, é um discurso escatológico. Mas o que significa escatologia? A escatologia, de uma forma simples, é o estudo que se dedica às últimas realidades do género humano, do cumprimento final da história da salvação. Jesus não nos fala do fim da História, mas aponta para a plenitude dos tempos. Esta plenitude dos tempos é já experimentada num aqui e num agora, na medida em que fazemos da nossa vida, uma vida configurada com Cristo crucificado, morto e ressuscitado. Deste modo a vida cristã é vivida num “já”, mas num “ainda não”. Este já o tempo em devemos viver Jesus Cristo, mas ainda não, porque Ele só se manifestará no dia da Sua vinda, e em que nós o conteplaremos na glória. É por isso que a nossa vida humana é muito frágil perante colossal realidade, resta-nos o Amor e viver no Amor, para que possamos viver já a vida de Deus. Saibamos viver a nossa missão que nos foi confiada aqui, para que um dia possamos saborear a Paz, a Alegria, a Justiça e o Amor de Deus sem espaço, nem tempo. Porque agora vemos com um espelho, um dia veremos face a face.


jjmiguel

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Segunda-feira da XXXIV Semana do Tempo Comum - Mt 12, 46-50

“Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai.” Da leitura da Escritura, Maria, juntamente com a família de Jesus querem falar com Jesus, mas Jesus numa primeira impressão como leitores, parece que os rejeita. Na verdade, Jesus não rejeita, mas reconhece em Maria como aquela que foi a primeira a fazer a vontade do Pai. O mistério do Cristianismo está neste doar-se totalmente, integralmente nas mãos de Deus. Não somos donos da nossa vida, mas antes somos simples servos, como foi Maria. Por isso o cristão vive esta missão de com a sua vida testemunhar Jesus Cristo e o Seu Evangelho na relação com os outros, porque é essa nessa relação que se manifesta a vida de Deus – o Amor.


jjmiguel

domingo, 20 de novembro de 2016

Na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo - Lc 23, 35-43

O evangelho de hoje relata o momento em que Jesus está na cruz e é aclamado Rei dos Judeus. Jesus sofre com a troça dos outros, Jesus sente dor, Jesus está na Cruz. Para Jesus este momento é um momento de diálogo entre Ele e o Pai. Jesus sente-se magoado não pelo seu destino, mas pela troça que fazem Dele. De tal forma, que neste momento um ladrão bom vai em sua defesa e, Jesus promete-lhe a vida eterna junto d' Ele no reino celeste. Jesus é coroado rei pelo Judeus não porque o seja de facto, mas eles fazem-no por troça, pois, se efectivamente Ele é filho de Deus, segundo os Judeus, tem poder para se salvar, mas o que Jesus escolhe é o inverso. Jesus aceita viver este momento na cruz para nos salvar e, mostrar aos judeus que todo o seu poder não é para Ele mas para cada um de nós. Jesus vive este momento para que, no momento em que se der a ressurreição Ele seja capaz de fazer sentir em cada um dos judeus este poder que vem de Deus. Porque Ele veio para que tenhamos vida e vida em abundância.

andré araújo 

sábado, 19 de novembro de 2016

Sábado da XXXIII Semana do tempo Comum - Lc 20, 27-40

Os saduceus são um grupo dos judeus que não acreditavam na ressurreição. Desta forma, ao fazer a pergunta a Jesus não se trata de um modo de conhecer efectivamente o que é a ressurreição, mas de pôr à prova todo o conhecimento de Jesus. Em nenhum lado da Sagrada Escritura se encontra uma afirmação de Jesus negando os ensinamentos de Moisés, encontra-se sim, uma nova interpretação dos ensinamentos de Moisés. Jesus não responde directamente aos saduceus, mas indica-lhes que a ressurreição não é um acto terreno, mas um acto divino. No momento em que se dá a ressurreição há uma mudança na pessoa, pois ela entra neste novo reino que há-de vir. Jesus para evidenciar melhor a sua afirmação recorda o momento em que Deus aparece na sarça ardente a Moisés, onde Deus recorda que é o Deus de Abraão, Isaac e Jacob, o que demonstra que este é um Deus dos vivos e não de mortos.

andré araújo 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Sexta-feira da XXXIII Semana do Tempo Comum - Lc 19, 45-48

A liturgia de hoje mostra-nos uma segunda manifestação de Jesus no templo. Jesus ia muitas vezes ao tempo para rezar, o que nos recorda a “veia” judaica de Jesus. Por outro lado, o amor que Jesus sentia pelo templo e pela oração dá-nos uma ideia do que Ele procurava no templo. Para Jesus e, segundo as escrituras, ali era um lugar de culto, de oração, no fundo de um encontro verdadeiro com Deus. Jesus ao manifestar que o templo não é uma casa de comercio, mas sim de culto, imprime caracter ao que ele verdadeiramente é, desta forma, Jesus nesta manifestação um pouco bruto, pretende dar ênfase à oração como um lugar de encontro e o templo como casa de Deus.

andré araújo 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Quinta-feira da XXXIII Semana do Tempo Comum - Lc 19, 41-44

A liturgia de hoje apresenta-se que como uma mensagem escatológica, não da pessoa de Jesus, mas para a cidade de Jerusalém. Jerusalém era a cidade eleita de Deus mesmo antes de Jesus nascer e, após Jesus nascer. A expressão “dias virão” por parte de Jesus é uma expressão de lamentação, o que indica a agonia com que Jesus se encontra ao saber dos tormentos que a cidade sofrerá por não acolher a paz. Desta forma, Jesus após ter sido aclamado na entrada triunfal em Jerusalém e, depois de ter proferido uma mensagem de paz, Jesus sente este apaziguamento, pois a cidade foi incapaz de perceber a sua mensagem, uma mensagem não só dirigida a Jesus, mas também à cidade. O fato de Jesus chorar denota um certo carinho de angústia que Jesus sente pela cidade, é um chorar porque, sendo Ele filho de Deus sabe os verdadeiros tormentos que a cidade sofrerá por causa dos seus erros e pecados. 

andré araújo

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Quarta-feira da XXXIII Semana do Tempo Comum - Lc 19, 11-28

A liturgia de hoje mostra-nos o benefício do dinheiro. No fundo e a partir desta linguagem metafórica tão rica em Lucas, compreendemos que a quem tem talentos deve-os pôr a render. Porém, o que esta parábola nos quer dizer é que, entre o momento em que morre Jesus até ao dia em que Ele vier, devemos pôr em prática os ensinamentos que Jesus nos deu, desta forma, ao colocá-los em prática haverá um maior número de fieis e, desta forma será mais fácil proclamar o evangelho. A utilização desta parábola é semelhante à parábola dos talentos (Mt 25, 14-29), pois ambas reflectem exactamente isto, a quem é dado os talentos tem de os pôr a render em benefício de Deus.

andré araújo

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Terça-feira da XXXIII Semana do Tempo Comum - Lc. 19, 1-10

Lucas é um dos evangelhos mais ricos quando se trata em colocar em destaque acontecimentos concretos. Hoje a liturgia fala-nos de um cobrador de impostos de nome Zaqueu. Na cultura judaica aqueles que cobram impostos são pecadores, pois vivem a ganancia e a luxuria, o que para os judeus é um pecado. Desta forma, Jesus ao comer na casa de Zaqueu estava também a ser um pecador. Por outro lado, e a mensagem mais importante que o evangelho nos quer mostrar é que é o Zaqueu que procura Jesus. Esta procura de Jesus por parte de Zaqueu já indica uma mudança, que mesmo antes do encontro com Jesus ele estava a fazer. Nota-se desta forma em Zaqueu uma tomada de consciência e de encontro com Jesus para alcançar a salvação. Por isso, Zaqueu ao dar parte dos seus bens está a colocar de lado a riqueza e, a acolher nele a riqueza do filho do homem.


andré araújo

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Segunda-feira da XXXIII Semana do Tempo Comum - Lc 18, 35-43

A liturgia de hoje mostra-nos um milagre de Jesus. Toda a vida de Jesus foi um conjunto de milagres, parábolas e ensinamentos morais sobre a reta ação de cada uma das pessoas que ele encontrava pelo caminho. Na liturgia de hoje o evangelho de Lucas apresenta-nos um milagre e também um atributo a Jesus. Sabemos que Jesus era filho de David por ser da descendência de José. José em toda a sua vida, não dá só um oficio a Jesus, mas também uma descendência, por outro lado, é-nos apresentado um milagre, mas a importância não está tanto no milagre, mas na expressão que Jesus diz “Vai, a tua fé te salvou”, no fundo o que Jesus pretende dizer é que pela fé daquele homem ele conseguiu a cura, isto remete-nos para o que nos diz S. Tiago na sua carta “a fé sem obras está completamente morta”, desta forma, para ser uma fé verdadeira temos de praticar boas obras e, para alcançarmos os milagres e as curas de Jesus também temos de ter fé.


andré araújo

domingo, 13 de novembro de 2016

No XXXIII Domingo do Tempo Comum - Lc. 21, 5-19

“Mas não será logo o fim.” A liturgia encaminha-nos para o fim de um ano liturgico que acontecerá no próximo domingo com a Solenidade de Cristo-Rei. Jesus dá-nos conta neste evangelho de guerras, de fenómenos, de perseguições aos cristãos, porém não será o fim. E de facto não é o fim. Há muitas correntes fundamentalistas que fazem a previsão do final de todas as coisas, que profetizam o fim do mundo. Bem como outros que profetizaram o fim da História. A História não acaba e o mundo muito menos. Acaso um artista poderá destruir a sua obra? Acaso Deus, Criador de todas as todas coisas quer acabar com o que criou? E nós, homens e mulheres, que nos foi dada a incumbência de gerir esta casa comum, como a temos gerido? Somos racionais demais para pensarmos que a vida se confina a este mundo. A vida é muito mais do que podemos ver e querer abarcar todo o mistério é um acto de pura ignorância e ao mesmo tempo de arrogância. Um acto de ignorância porque quanto mais se quer conhecer, menos se conhece; e de arrogância porque não aceitamos que toda a nossa vida é mistério. O Homem não gosta do mistério, mas viver o mistério é inevitávelmente viver a vida hoje na sua plenitude, o amanhã será sempre um mistério. Não aceito também a expressão “carpe diem” de Horácio, mas aceito que a nossa vida terá de ser um caminho em ordem à procura da nossa plena felicidade. Para isso não podemos viver agarrados a profecias de morte, mas antes a profecias que sejam anúncio da vida e para a vida. Acaso não teremos melhor profeta que Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida para o Pai?


jjmiguel

sábado, 12 de novembro de 2016

Sábado da XXXII Semana do Tempo Comum - Lc. 18, 1-8

No âmbito da sociedade, encontramos, apesar de tantas contradições, uma sede de justiça e de paz mais forte e generalizada um sentido mais vivo do cuidado do homem pela criação e pelo respeito da natureza, uma procura mais aberta da verdade e da tutela da dignidade humana, um empenho crescente, em muitas faixas da população mundial, por uma mais concreta solidariedade internacional e por uma nova ordem planetária, na liberdade e na justiça. Ao mesmo tempo que se desenvolve sempre mais o potencial de energias oferecido pelas ciências e pelas técnicas e se difunde a informação e a cultura, cresce também, a exigência ética, isto é, a exigência do sentido existencial e, consequentemente, de uma objectiva escala de valores que permita estabelecer as possibilidades e os limites do progresso.


Joannes Paulus PP. II

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Sexta-feira da XXXII Semana do Tempo Comum - Lc. 17, 26-37

Senhor, que fostes glorificado pela vida e pela morte do bispo São Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por Nosso Senhor.


Do Missal Romano

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Quinta-feira da XXXII Semana do Tempo Comum - Lc. 17, 20-25

“O reino de Deus não vem de maneira visível.” Na boca das correntes do ateísmo e do racionalismo do nosso tempo está a pergunta: “Se Deus existe, onde está Ele?” ou “Se Deus existe, porque permite o mal e o sofrimento?” Oh! Gente incrédula, que vedes só o que está à frente dos vossos olhos, mas não sabeis escutar o espírito! Acaso também vereis o Amor? Acaso vereis a Alegria? Acaso vereis a Justiça? Acaso vereis a Paz? A resposta é necessariamente: “Não!” Pois eu digo-vos tudo isso é o reino de Deus, porque o reino de Deus não, não tem limite tenporal, nem muito menos limite espacial! O reino de Deus acontece quando no coração do Homem acontecer o Amor, a Alegria, a Justiça e a Paz e Deus finalmente reinará.


jjmiguel 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Quarta-feira da XXXII Semana do Tempo Comum - Jo. 2, 13-22

“Falava do templo do Seu corpo.” A Igreja hoje convida-nos a celebrarmos a dedicação da Basílica de São João de Latrão, em Roma. A Basílica de São João de Latrão é a catedral de Roma. A diocese de Roma preside e assiste na unidade e na caridade a todas as igrejas a ela unidas. Falar de uma catedral é falar de um templo. Um templo é um espaço sagrado e não um lugar para a confraternização e contar as notícias. Neste templo só há tempo para o diálogo e o silêncio com Deus e nada mais. Por isso devemos respeitar os espaço sagrados, porque são lugares de contacto com tudo aquilo que nos faz religar ao centro da nossa existência. Vivemos hoje uma grande necessidade de silêncios e de encontro connosco próprios e nos espaços sagrados não existe este silêncio, temos que nos perguntar para que servem os templos... As catedrais, igrejas paroquiais, capelas não são certamente lugares para se fazer turismo. São locais de oração, para ir visitar Aquele que deve ser o centro da nossa vida!


jjmiguel

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Terça-feira da XXXII Semana do Tempo Comum - Lc. 17, 7-10

“Fizemos o que devíamos fazer.” A obra não é nossa, somos simples servos e estamos ao serviço. De uma forma linear é o que Jesus nos quer dizer. Muito frequentemente num serviço que presta há a tentação para querer o poder. Mas poder advém do serviço que prestamos e não o contrário. Somos cristãos onde estamos e por isso estamos em contínua missão. Desde muito cedo que acredito que todo o serviço que prestamos para Deus não é de maneira nenhuma remunerado, porque todos fazemos parte deste corpo que é a Igreja, a partir do nosso baptismo, e tudo o que damos é nosso melhor e que sabemos fazer. Por isso é necessário um especial cuidado para uma pastoral que muitas vezes resvala para a tecnocracia. Ao estarmos ao serviço de uma comunidade seja como catequista, como organista, como cantor, como leitor, como acólito, estamos porque fomos chamados por Deus para esse serviço e não porque tenhamos muita técnica. Porque a vocação não é técnica e não há técnicas pastorais, mas antes há Espírito Santo que nos dá essa criatividade. É nisto em que eu acredito e nada mais...


jjmiguel 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Segunda-feira da XXXII Semana do Tempo Comum - Lc. 17, 1-6

“Aumenta a nossa fé”. Duas palavras que destaco do evangelho: Perdão e Fé. O acto de perdoar é um acto de humildade, porque em última instância é um acto de Amor e por si só um acto de fé. Muito frequentemente temos muita dificuldade em perdoar porque ficamos feridos, mas notai no que Jesus nos diz: “Se teu irmão cometer um ofensa, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe”. Naturalmente, que Jesus implicitamente nos fala aqui da correcção fraterna, que é por si só uma obra de misericórdia. Neste sentido, perdoar é amar incondicionalmente e viver a nossa fé configurada com o Nosso Mestre e Senhor. Como os discípulos não nos cansemos de pedir: Aumenta a nossa fé! Aumenta o nosso Amor!


jjmiguel

domingo, 6 de novembro de 2016

No XXXII Domingo do Tempo Comum - Lc. 20, 27-38

O evangelho de hoje é uma catequese sobre a ressurreição. Uma nota histórica, para quem não sabe o Credo foi “feito” a partir de um conjunto de afirmações que, na época, iam contra o que era dito pelas diversas facções do paganismo, desta forma, com a redacção do Credo procurou-se afirmar o que eles negavam, por exemplo a ressurreição dos mortos que para os fariseus não existe e, então é com o Credo que as primeiras comunidades encontram uma forma de lutar contra aqueles que negavam a existência da ressurreição como os fariseus, mas este é apenas um exemplo. Desta forma, este evangelho é como que uma catequese para os fariseus pois, eles não compreendiam o verdadeiro sentido da morte e, por sua vez da ressurreição e, utilizam expressão do Antigo Testamento para confrontar Jesus. Jesus, por sua vez, explica-lhes que o essencial é aquele que se encontra na ressurreição onde contemplará a vida eterna.


andré araújo 

sábado, 5 de novembro de 2016

Sábado da XXXI Semana do Tempo Comum - Lc. 16, 9-15

O Evangelho de hoje é a continuação de ontem e, se ontem nos mostrava como devemos agir para com os outros, poupando-os alguma parte da dívida e, assim manifestar neles este rosto misericordioso de Cristo, o evangelho de hoje incita-nos a compreender que, no momento em que nos falta dinheiro devemos de ter alguém que nos auxilie e, é aí que encontraremos a presença de Deus vivo. Por outro lado, o evangelho de hoje é também como que uma normativa moral sobre o trabalho com Deus. Para Jesus nunca podemos servir a Deus, que é a suma bondade e, ao dinheiro que é fonte de egoísmo, desta forma, no nosso quotidiano temos que escolher, sendo que, no momento em que servimos a Deus a nossa acção será orientada para o bem comum e nunca para o bem pessoal de cada um.


andré araújo  

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Sexta-feira da XXXI Semana do Tempo Comum - Lc. 16, 1-8

O evangelho de hoje convida-nos a refletir sobre a ganância e a má gestão. Por vezes no nosso quotidiano acabamos por cair na ganância e procurar alcançar maiores rendimentos sem ter muito trabalho e, esta parábola ilustra isso, um administrador que gere mal e que no momento de se ir embora entende o que deve fazer. Desta forma, este evangelho não só nos chama a atenção para o olhar ganancioso como também nos convida a uma correção, no fundo foi o que acabou por fazer o administrador, que na impossibilidade de retribuir aquilo que tirou ao seu senhor, perdoa por pouca que seja, a dívida das pessoas, ele manifestou dessa forma, nessas pessoas, uma atitude de misericórdia. Por fim, nota-se que este evangelho é para nós como um exemplo de como devemos proceder. Claro que, numa sociedade gananciosa como a de hoje é difícil ser-se exemplo para às más atitudes, desta forma torna-se necessário refletir a vida à luz deste evangelho e, compreender bem como devemos actuar.


andré araújo 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Quinta-feira da XXXI Semana do Tempo Comum - Lc. 15, 1-10

Na liturgia de hoje é-nos apresentada as duas parábolas da misericórdia: da ovelha perdida e da dracma perdida. Provavelmente maior parte das pessoas pergunta-se, o porquê de se chamarem parábolas da misericórdia. Por dois motivos: por um lado, Lucas é por si o evangelho da misericórdia e, por outro, quer a parábola da ovelha perdida, quer a parábola da dracma perdida ilustram a verdadeira acção que cada cristão deveria de tomar, se eu perco algo, procuro e, quando a encontro cada um de nós deve-se alegrar por eu a encontrar e não lançar murmúrios sobre aquilo que eu consigo. Claro que elas se chamam parábolas da misericórdia porque também nos instruem a olhar para os nossos atos com um olhar de  misericórdia. Todos nós nos sentimos mal se perdemos alguém, quer fisicamente quer espiritualmente, assim, como todos nós nos sentimos mal quando uma família ou alguém não tem o que comer, é neste tomar de consciência de cada um que se manifesta este coração doloroso de Jesus, um coração que é manifestado em nós quando vemos com misericórdia o sofrimento do Outro.


andré araújo  

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos - Mt 11, 25-30

A Liturgia de hoje celebra a memória de todos os fiéis defuntos. Com esta celebração a Igreja procura recordar, com amor e felicidade, todos aqueles que, carnalmente já partiram para a vida eterna. A celebração desta comemoração invoca a presença de todos os nossos entes queridos que outrora terão estado connosco e, que já partiram. Os evangelhos que hoje a liturgia nos apresentam é como que uma manifestação da presença de Deus no momento da morte de alguém, por exemplo em S. Mateus (Mt 11, 25-30) a expressão “vinde a mim vós todos os que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” é como que um convite ao encontro com Deus, este Deus que livra as pessoas da dor e, que acima de tudo lhes conduz à felicidade eterna. Por outro lado, no evangelho de João (Jo 11, 21-27), quando Jesus diz “Eu sou a ressurreição e a vida.  Quem acredita em Mim,  ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá”, nota-se uma afirmação de Jesus como aquele que é o senhor da vida e da morte e, quem acredita nele será portador da vida eterna, por fim, no evangelho de João (Jo 6, 51-58), quando diz Quem comer deste pão viverá eternamente e Eu o ressuscitarei no último dia” isto é mais um evidência de que Jesus se afirma como autor da vida e da morte e, por isso quem participar do Seu banquete viverá eternamente.


andré araújo

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Na Solenidade de Todos os Santos - Mt 5, 1-12a

A Liturgia de hoje celebra a solenidade de Todos os Santos, um dia em que a Igreja universal de Roma exalta, com cânticos de louvor e alegria a memória de todos os santos da Igreja. A igreja exalta a memória deles, pois, eles foram verdadeiras testemunhas do evangelho e, a par disso, constituíram, em alguns casos, um grande desenvolvimento em toda a história da Igreja nas diversas áreas da teologia. Para exaltar a memória de todos os santos e, porque estão são também os bem-aventurados, a liturgia de hoje destaca o grande sermão da montanha. Aí são planadas as directrizes que Jesus procurar incutir a quem o escuta. A expressão “Bem-aventurados”, ou então em algumas traduções, “Felizes” é como que um colocar em evidência todos aqueles, que nas suas práticas diárias, exaltam as melhores atitudes cristãs. Jesus ao fazer este sermão provavelmente pretende que as pessoas tomassem consciência sobre qual deveria de ser a sua acção daí ter utilizado a expressão “Bem-aventurados”.


andré araújo