Creio em Deus,
Pai todo-poderoso
Criador do Céu e da Terra,
e em Jesus Cristo,
Seu único Filho, Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
nasceu da Virgem Maria;
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos Céus;
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
de onde há-de vir julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo;
na santa Igreja Católica;
na comunhão dos santos;
na remissão dos pecados;
na ressurreição da carne;
na vida eterna. Amen
in YOUCAT, nº 28, 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Uma certa "Cristofobia"
Em que consiste a liberdade: em "permitir" ou em "impedir"? Creio que ninguém hesitará na resposta nem duvidará dos príncipios. Acontece que quando descemos do plano do príncipios para o plano da realidade, as coisas são bem diferentes.
Os princípios nem sempre se reflectem nas atitudes, nem sempre se espelham na existência. Ninguém nega que a liberdade tem sempre um sentido positivo. Uma liberdade com uma vocação arbitrariamente impeditiva será digna do nome liberdade?
Às vezes, dá a impressão de que, para muitos, a liberdade religiosa serve sobretudo para impedir (ou, no mínimo, dificultar a sua expressão). Estranho? Mas é o que se vê. De há uns tempos para cá que, de cada vez que uma figura da Igreja aparece em público, surgem também vozes contra essa presença.
Qual o motivo dessa animosidade? Não se assume, ao contrário do que seria expectável, qualquer desamor pela fé ou pelas igrejas. Invoca-se, tão somente, a supracitada liberdade religiosa. Complicado? Mas é o que se sente. E pressente. Ao menos, podia haver sinceridade e não retorcer conceitos. Que liberdade é esta que impede a expressão pública das diversas componentes da sociedade?
A liberdade ficaria em causa se alguém ousasse obstaculizar a expressão de uma determinada confissão. A liberdade estaria em risco se essa presença obrigasse alguém a tomar uma posição contra a sua vontade. Mas a liberdade fica ameaçada quando muitos requerem a presença do religioso e vêem dificultada a sua pretensão.
É claro que tudo isto tem uma génese, um percurso. E terá um desfecho. Trata-se do problema que Joseph Weiler denominou "cristofobia". Como refere George Weigel, há vastas franjas da cultura europeia largamente "cristofóbicas e os europeus descrevem as suas culturas e sociedades como pós-cristãs".
Não se nega que o Homem possa organizar o mundo sem Deus. Pode. Só que, como alertava Henri de Lubac, "sem Deus, ele só o pode organizar contra o Homem"! E, como lembra George Weigel, é inquestionável que "o Homem europeu se convenceu de que, para ser moderno e livre, tem de ser radicalmente secular".
Sucede que esta percepção não tem incidências apenas sobre as religiões; tem-nas também - e de que maneira! - sobre a vida, globalmente considerada. "O Homem europeu está, deliberadamente, a esquecer a sua História." O Cristianismo não pode ser mencionado no tratado constitucional da Europa. Poria em jogo a imparcialidade. Mas o laicismo emerge como uma espécie de "ideologia pública e oficial pan-europeia." Agora, já não se fere a imparcialidade?
Uma Europa que reconheça a presença do Cristianismo não é - assevera Joseph Weiler - uma Europa exclusiva ou necessariamente confessional; é uma Europa que respeita igualmente todos os seus cidadãos: crentes e "laicos", cristãos e não cristãos; é uma Europa que, ao mesmo tempo que celebra a herança nobre do humanismo iluminista, também abandona a sua cristofobia e não teme nem se sente embaraçada com o reconhecimento de que o Cristianismo é um dos elementos centrais na evolução da sua civilização.
No fundo, o que subjaz a toda esta discussão são duas concepções de liberdade: uma inclusiva, outra excludente. Trata-se da "liberdade como possibilidade" versus "liberdade como imposição". Para uns, a liberdade é, acima de tudo, um meio para se poder atingir a excelência e a felicidade. Inclui, portanto, quanto há de melhor no ser humano. Estamos no domínio da opção. É, pois, uma liberdade que abre. No pólo oposto, encontramos a liberdade desligada de qualquer referência superior. Não admite qualquer abertura: enquista em si mesma. Encontramo-nos no âmbito da imposição. É, por isso, uma liberdade que fecha.
O que vai persistindo, na hora que passa, é a liberdade da imposição. O problema é que, como exorta George Weigel, "as consequências serão consideráveis!" E pouco positivas...
in TEIXEIRA, João António Pinheiro, "Paixão de Deus pelos Homens", Lisboa, Ed. Paulus, 2011, págs. 29-31
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Como surgiram os símbolos da fé?
Os símbolos da fé remontam a Jesus, que exortou os discípulos a baptizar. Estes deveriam, então, confirmar se as pessoas confessavam um determinada fé, nomeadamente no Pai, no Filho e no Espírito Santo. [188-191]
A célula primitiva de todos os símbolos posteriores é a "confissão do Senhor Jesus" e o Seu encargo missionário, isto é, "Ide, fazei discípulos de todas as nações; baptizai-os em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo!" (Mt 28, 19) Todos os símbolos da fé da Igreja são desdobramentos da fé neste Deus trino. Cada um deles começa com a confissão do Pai, Criador e sustento do mundo e nós mesmos encontramos a redenção, e desembocam na confissão do Espírito Santo, que é a presença de Deus na Igreja e no mundo.
YOUCAT, nº 27, 2011
A célula primitiva de todos os símbolos posteriores é a "confissão do Senhor Jesus" e o Seu encargo missionário, isto é, "Ide, fazei discípulos de todas as nações; baptizai-os em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo!" (Mt 28, 19) Todos os símbolos da fé da Igreja são desdobramentos da fé neste Deus trino. Cada um deles começa com a confissão do Pai, Criador e sustento do mundo e nós mesmos encontramos a redenção, e desembocam na confissão do Espírito Santo, que é a presença de Deus na Igreja e no mundo.
YOUCAT, nº 27, 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
O que é a Liturgia?
A Liturgia, pela qual, especialmente no sacrifício eucarístico, «se opera o fruto da nossa Redenção», contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da verdadeira Igreja, que é simultâneamente humana e divina, visível e dotada de elementos invisíveis, empenhada na acção e dada à contemplação, presente no mundo e, todavia, peregrina, mas de forma que o que nela é humano se deve ordenar e subordinar ao divino, o visível ao invisível, a acção à contemplação, e o presente à cidade futura que buscamos. A Liturgia, ao mesmo tempo que edifica os que estão na Igreja em templo santo no Senhor, em morada de Deus no Espírito, até à medida da idade da plenitude de Cristo, robustece de modo admirável as suas energias para pregar Cristo e mostra a Igreja aos que estão fora, como sinal erguido entre as nações, para reunir à sua sombra os filhos de Deus dispersos, até que haja um só rebanho e um só pastor.
in SSC, nº2, 1963
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Entre Oslo e Londres: antes de condenar, perceber...
Sexta-feira, 22 de Julho de 2011, a meio da tarde...
Os órgãos de comunicação social noticiavam o inferno em que estava mergulhada a cidade de Oslo, e que tinha chegado à Noruega.
Toda a comunidade internacional condenou, logo de seguida...
No entanto, porque o Mundo não é feito a preto e branco, e existem várias cores, incluindo o cinzento, uma pergunta se instala: o que leva um individuo a cometer tal horrendo facto?
Na verdade, é muito bom condenar, mas mais dificil é perceber.
E perceber porque é que este individuo cometeu acto tão cheio de brutalidade, é a mesma coisa que perceber porque é que Amy Winehouse, aos 27 anos, apareceu morta na sua casa.
A resposta está simplesmente num Colossal Monstro que foi criado e que todos nós queremos disfarçar que não existe. E ele está para ficar.
Mas o Tempo, é um Justo Juíz, e exemplos da Noruega, ou exemplos como Amy Winehouse, certamente se irão repetir cada vez mais.
josé miguel
sexta-feira, 22 de julho de 2011
O Papel da Mulher na Igreja
"Teologicamente falando não há nenhum obstáculo fundamental ao sacerdócio feminino."
(D. José da Cruz Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa)
À poucos dias estas palavras do Cardeal-Patriarca de Lisboa colocaram e lançaram o debate para a esfera pública o tema da Ordenação Sacerdotal de Mulheres na Igreja Católica.
Um tema interessante que terá todo o interesse em ser discutido, mas não levianamente, como se assiste em blogs e redes sociais.
Para quem não sabe, a mulher e o homem exercem na Igreja, tal como na sociedade, um sacerdócio, não precisam de títulos, nem de letras atrás ou à frente do nome.
O problema da Ordenação Sacerdotal das Mulheres não é um problema de Teologia, como disse e muito bem Sua Eminência. Assim como, também não é um problema de tradição, nem de hierarquia como alguns dissertam por aí. A Igreja e a Religião não é Política, nem Economia...
O verdadeiro problema para este debate ter-se-á que fazer a partir da raíz. E na raíz do problema (coisa que ninguém discute) está a vivência do ser Cristão.
Antes de se discutir, a Ordenação Sacerdotal das Mulheres, responda-se primeiro à pergunta: o que é ser Cristão hoje? Como é que eu vivo Jesus Cristo e os seus ensinamentos na minha vida quotidiana?
Ser Cristão, ou Cristã, é ser sacerdote de Cristo...
Neste sentido, a Ordenação Sacerdotal das Mulheres, não é uma questão de títulos, ou de profissionalismo. É uma questão de viver. Porque, em boa verdade, o ser padre não é uma questão de imagem social, nem de carreira política, nem muito menos de meritocracia.
Além disso, tenho pena que algumas mulheres tenham a opinião, que para se ser Mulher tem de se ser Superior ao Homem, ou ao invés, deve ser escrava do Homem. Falta de identidade! A Mulher não tem que ser Superior, nem Inferior, em nada! A Mulher tem de ser aquilo que ela é...
Por isso, porque é assim tão importante para a Mulher ser Padre, se ela já exerce o seu Sacerdócio na Igreja, assim como o Homem...? A Igreja não são títulos, nem meritocracia!
Na verdade, enquanto Cristãos, se há alguma coisa que devemos e podemos exigir à Igreja é a nossa formação, a fim de sermos Bons Cristãos. Mas isso não se vê ninguém exigir.
O que interessa ser-se diácono, sacerdote, bispo, freira, frade, cardeal se não se é Bom Cristão. Se não se vive Jesus Cristo e os seus ensinamentos nas nossas vidas!
O que interessa tanto para as mulheres serem padres, se elas têm um sacerdócio tanto ou mais importante, no interior da Igreja, do que padres ou bispos. Porque, em boa verdade, "o Reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida."
O que está em discussão, não é a Ordenação Sacerdotal das Mulheres, é antes de mais o saber de como devemos ser Cristãos, como podemos dar testemunho de Jesus Cristo no Mundo e na Vida quotidiana.
Redescobrir a identidade cristã é um déficit neste inicio do Terceiro Milénio, que terá de ser colmatado.
josé miguel
quinta-feira, 21 de julho de 2011
O que são símbolos da fé?
Símbolos da fé são definições abreviadas da fé, que possibilitam uma confissão comum a todos os crentes. [185-188, 192-197]
Tais definições abreviadas encontram-se já nas cartas paulinas. O protocristão Símbolo dos Apóstolos possui uma especial dignidade por ser uma síntese da fé dos Apóstolos. O grande símbolo da fé tem um alto prestígio porque proveio dos grandes concílios da então indivisa Igreja (Niceia, 325; Constantinopla, 381) e permaneceu até hoje como a base dos cristãos do Oriente e do Ocidente.
YOUCAT, nº 26, 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Tempos interessantes
Vivemos tempos de incerteza na nossa sociedade. É uma constante nestes tempos, e nestes últimos anos.
Mas neste momento tudo parece agudizar-se mais e mais.
A Europa não se entende internamente, Portugal vive um tempo de suspensão face ao novo Governo e às medidas por este já tomadas.
São tempos interessantes estes que neste momento estamos a viver, a ver e a ouvir.
O descalabro financeiro de 2008 reproduz agora os seus efeitos. E tudo permanece inerte...
De facto o mundo nunca mais foi o mesmo desde 2001 com o atentado terrorista às Torres do WTC. Nem poderia ficar igual.
O séc. XX teve o Comunismo, o Socialismo, o Nazismo e o Fascismo, filhos de uma mesma senhora, que dizimaram homens e mulheres inocentes, passando impunes ao longo do tempo.
Destes quatro monstros ficou a mãe deles. E aí está ela em todo o seu esplendor que possuirá as nossas mentes durante o séc. XXI. As mães sempre são temidas e amadas...
Um dos principais objectivos desta mãe concretiza-se: a secularização da sociedade, sem que haja uma resposta pronta e eficaz.
Essa resposta deveria vir da Religião que é colocada à margem. E o mundo vive sedento de espiritualidade.
Tempos de incerteza, mas tempos interessantes de serem reproduzidos pela caneta e pelo papel.
Todos se queixavam do Comunismo, Socialismo, Nazismo e Fascismo, permaneceu o Capitalismo e vemos o que aí está agora.
Famílias e famílias no limiar da pobreza, endividadas porque não conseguem pagar as suas dívidas a um banco. Famílias que vivem o flagelo do desemprego como se de uma praga se tratasse. Passamos numa cidade, vila ou aldeia são casas e mais casas à venda...
Rostos tristes, amargurados com o sofrimento que este sistema lhes causou.
As relações humanas sem ética, nem valores são uma constante nas triviais conversas de café e praças. Mas tudo permanece inerte.
A Política descredibilizada.
A Economia manda na governança da Nações.
Diria alguém: "O capital é o sangue das nações." E com toda a razão, quando perspectivamos o mundo actual.
O que nos resta?
Não nos resta nada.
No entanto, resta-nos Deus, mas até esse queremos rejeitar da nossa vida, apesar de ser a Ele a quem buscamos neste mar agitado.
E em boa verdade, o único que faz sentido nas nossas vidas...
josé miguel
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Para que precisa a fé de definições e de símbolos?
Na fé, o que está em jogo não são palavras vazias, mas a realidade. Na Igeja, cristalizaram-se ao longo do tempo símbolos de fé, com a ajuda dos quais contemplamos, aprendemos, transmitimos, celebramos e vivemos essa realidade. [170-174]
Sem formas densas dilui-se o conteúdo da fé. Por isso, a Igreja dá muito valor a determinadas proposições cuja expressão foi alcançada, na maioria das vezes, com muita dificuldade, para proteger a mensagem de Cristo de equívocos e adulterações. Os símbolos de fé são igualmente importantes na medida em que a fé da Igreja é traduzida para diferentes culturas, devendo manter-se na sua essência.
YOUCAT, nº 25, 2011
sábado, 16 de julho de 2011
O que tem a minha fé a ver com a Igreja?
Ninguém pode crer só para si mesmo, como também ninguém consegue viver só para si mesmo. Recebemos a fé da Igreja e vivemo-la em comunhão com todas as pessoas com quem partilhamos a nossa fé. [166-169, 181]
A fé é aquilo que uma pessoa tem de mais pessoal, mas não é um assunto privado. Quem deseja crer tem poder dizer tanto "eu" como "nós", pois uma fé que não possa ser partilhada e comunicada seria irracional.
Cada crente dá o seu consentimento ao Credo da Igreja. Dela recebeu a fé. Foi ela que, ao longo dos séculos, lhe transmitiu a fé, a guardou de adulterações e a clarificou constantemente. Crer é, portanto, tomar parte numa convicção comum. A fé dos outros transporta-me, como também o fogo da minha fé incendeia os outros e os fortalece. E "eu" e o "nós" da remetem-nos para os dois da fé da Igreja, pronunciados na Liturgia: o Símbolo dos Apóstolos, que começa com ("eu creio") - CREDO, e o grande Símbolo Niceno- Constantinopolitano, que, na sua forma original, começava com credimus ("nós cremos")
YOUCAT, nº 24, 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Existe contradição entre fé e ciência natural?
Não existem contradições insolúveis entre fé e ciência natural, porque não podem existir verdades duplas. [159]
Nenhuma verdade da fé faz concorrência com as verdades da ciência. Só existe uma Verdade, à qual dizem respeito tanto a fé como a razão científica. Deus quis tanto a razão, com que podemos descobrir as estruturas racionais do mundo, como a fé. Por isso, a fé cristã exige e apoia a ciência natural. A fé existe para conhecermos as coisas que, embora não possam ser abarcadas pela razão, existem todavia para além da razão e são reais. A fé lembra à ciência natural que esta não se deve colocar no lugar de Deus, mas servir a Criação. A ciência natural tem de respeitar a dignidade humana, em vez de atentar contra ela.
YOUCAT, nº 23, 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Como se crê?
Quem crê procura uma ligação pessoal com Deus e está pronto a crer em tudo o que Ele revelou acerca de Si mesmo. [150-152]
Quando a fé nasce, ocorre com frequência uma perturbação ou um desassossego. O ser humano apercebe-se de que o mundo visível e o decurso normal das coisas não correspondem a tudo o que existe. Sente-se tocado por um mistério. Persegue as pistas que o remetem para a existência de Deus e encontra-se cada vez mais confiante em abordar Deus e, por fim, ligar-se a Ele livremente. Diz-se no Evangelho segundo São João: "A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer." (Jo 1, 18) Portanto, temos de crer em Jesus, o Filho de Deus, se queremos saber o que Deus nos quer comunicar. Assim, crer significa aderir a Jesus e entregar a nossa vida inteira nas Suas mãos.
YOUCAT, nº 22, 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
Mais dúvidas do que alegrias…
Espero sinceramente que a independência do Sudão do Sul traga nova esperança ao povo, mas é difícil dizer se isto é motivo de alegria ou de preocupação.
Iniciamos esta semana com o nascimento de um novo país, o Sudão do Sul. O entusiasmo e a alegria da população que lutou durante quase 50 anos por liberdade e justiça são notáveis, mas será que a independência do país marcará o fim dos conflitos e trará melhores condições de vida aos cerca de 9 milhões de habitantes? Parece que não.
O Sudão do Sul nasce em meio a uma série de contrastes difíceis de resolver. Convivem lado a lado a esperança e o medo; a alegria e a insegurança; a festa e a violência; a independência e os problemas; o sonho de liberdade e de paz e a realidade instável; a riqueza do petróleo e a miséria do povo.
Ainda há poucos dias o administrador apostólico no país, Dom Roko Taban Mousa, denunciou uma crise humanitária na região de Abyei. Milhares de pessoas continuam a fugir daquela zona devido aos conflitos ainda persistentes, mesmo após o envio de tropas da ONU. Abyei é a região mais rica em petróleo do Sudão, e fica na área de fronteira entre o norte e o sul. Fronteiras que por sinal ainda não foram demarcadas, sendo a região alvo de disputa pelos dois países.
Situação semelhante acontece em Kordofan, região de montanhas que pertence ao Sudão, mas cuja população Nuba apoia e quer fazer parte do Sul. As perseguições e o genocídio continuam, com imensas denúncias de violação dos direitos do homem. E os problemas não param por aí. O novo país praticamente não tem infraestruturas, como escolas, hospitais, pontes, estradas. É analfabeto e pobre. Não tem fronteiras demarcadas, nem uma classe dirigente democrática. Os líderes são todos militares e ex-guerrilheiros, pouco habituados à liberdade de expressão e de escolha. A única riqueza é o petróleo, responsável por 56% da renda do então Sudão, que tem na China o seu maior comprador e nos EUA um grande interessado.
Espero sinceramente que a festa de independência deste dia 9 de Julho traga nova esperança à nação que já perdeu dois milhões de pessoas em conflitos, mas é difícil dizer se isto é motivo de alegria ou de preocupação, quais são os reais interesses por trás desta independência e se de facto há algo para comemorar.
Iniciamos esta semana com o nascimento de um novo país, o Sudão do Sul. O entusiasmo e a alegria da população que lutou durante quase 50 anos por liberdade e justiça são notáveis, mas será que a independência do país marcará o fim dos conflitos e trará melhores condições de vida aos cerca de 9 milhões de habitantes? Parece que não.
O Sudão do Sul nasce em meio a uma série de contrastes difíceis de resolver. Convivem lado a lado a esperança e o medo; a alegria e a insegurança; a festa e a violência; a independência e os problemas; o sonho de liberdade e de paz e a realidade instável; a riqueza do petróleo e a miséria do povo.
Ainda há poucos dias o administrador apostólico no país, Dom Roko Taban Mousa, denunciou uma crise humanitária na região de Abyei. Milhares de pessoas continuam a fugir daquela zona devido aos conflitos ainda persistentes, mesmo após o envio de tropas da ONU. Abyei é a região mais rica em petróleo do Sudão, e fica na área de fronteira entre o norte e o sul. Fronteiras que por sinal ainda não foram demarcadas, sendo a região alvo de disputa pelos dois países.
Situação semelhante acontece em Kordofan, região de montanhas que pertence ao Sudão, mas cuja população Nuba apoia e quer fazer parte do Sul. As perseguições e o genocídio continuam, com imensas denúncias de violação dos direitos do homem. E os problemas não param por aí. O novo país praticamente não tem infraestruturas, como escolas, hospitais, pontes, estradas. É analfabeto e pobre. Não tem fronteiras demarcadas, nem uma classe dirigente democrática. Os líderes são todos militares e ex-guerrilheiros, pouco habituados à liberdade de expressão e de escolha. A única riqueza é o petróleo, responsável por 56% da renda do então Sudão, que tem na China o seu maior comprador e nos EUA um grande interessado.
Espero sinceramente que a festa de independência deste dia 9 de Julho traga nova esperança à nação que já perdeu dois milhões de pessoas em conflitos, mas é difícil dizer se isto é motivo de alegria ou de preocupação, quais são os reais interesses por trás desta independência e se de facto há algo para comemorar.
Ir. Darlei Zanon, religioso paulista
in www.familiacrista.com, 11/07/2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Fé - o que é isso?
Fé é conhecimento e confiança. Tem sete características:
A fé é uma pura dádiva de Deus, que nós obtemos se intensamente a pedirmos.
A fé é a força sobrenatural de que necessariamente precisamos para alcançar a salvação.
A fé requer a vontade livre e a lucidez do ser humano quando ele se abandona ao convite divino.
A fé é absolutamente segura porque Jesus o garante.
A fé é incompleta enquanto não se tornar operante no amor.
A fé cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e permanecemos com Ele, na oração, em vivo intercâmbio.
A fé permite-nos já a experiência do alegre antegozo do Céu. [153-165, 179-180, 183-184]
Muitos afirmam que "crer" é demasiado pouco; eles querem é "saber". A palavra "crer" tem, no entanto, dois sentidos completamente distintos. Se um pára-quedista, no aeroporto, pergunta ao empregado: "O pára-quedas está correctamente acondicionado?", e este casualmente responde: "Hum, creio que sim...", isso então não lhe bastará; ele quer mesmo saber. Se, todavia, ele tiver pedido a um amigo para acondicionar o pára-quedas, e este lhe responder à mesma pergunta: "Sim, eu pessoalmente encarreguei-me de o fazer. Podes confiar em mim!", o pára-quedista responder-lhe-á então: "Está bem, acredito em ti!" Esta fé é muito mais que "conhecimento", ela significa "certeza". E esta é a fé que fez Abraão mudar-se para a Terra Prometida, esta é a fé que fez os Mártires perseverarem até à morte, esta é a fé que ainda hoje mantém de pé os Cristãos perseguidos.
Uma fé que compreende todo o ser humano...
in YOUCAT, Lisboa, Ed. Paulus, 2011, pág. 24
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Beata Chiara Luce Badano: a nova geração não teme a santidade
Em preparação para a XXVI Jornada Mundial da Juventude de Madrid, é tempo de olharmos com especial atenção para os jovens cristãos, aqueles que por assim dizer são o sangue e o pulsar da Igreja para o Terceiro Milénio.
Quando os ventos que correm fazem desacreditar uma nova geração que quer avançar no caminho da santidade, eis que surge neste inicio do Terceiro Milénio um sinal de Deus para as novas gerações: beata Chiara Luce Badano. Na verdade, um testemunho de quando também os jovens dizem o seu "sim" a Jesus Cristo sem nada temerem. Um testemunho de quando os jovens escancaram as suas portas a Cristo.
Chiara Luce Badano, nasceu em Sassello, em Itália, em 29 de Outubro de 1971, filha de Maria Teresa e de Ruggero Badano. Uma família simples e normal como tantas outras da sociedade italiana.
De infância normal, como todas as crianças da sua idade, demonstrava neste período já um grande sentido de amor e caridade pelos meninos e meninas da sua idade, sobretudo os mais desfavorecidos.
Aos nove anos, Chiara Luce integra o Movimento dos Focolares, apreendendo e tentando viver a espiritualidade do movimento de Chiara Lubich, colocando Deus em primeiro lugar na sua vida. Demonstrando uma certa austeridade no seu modo de viver e de pensar, inicia as suas provações com a ridicularização dos seus amigos, por ir à Missa durante a semana.
No entanto, a sua hora ainda não teria chegado. Na verdade, os desígnios de Deus são insondáveis, e muitas vezes nos são dados a conhecer de muitas formas. É necessária uma relação íntima pela oração para a compreensão e aceitação desses desígnios. Chiara Luce compreende, aceita e como uma serva dá o seu "sim" a Deus.
Neste sentido, um dia, enquanto jogava ténis, foi supreendida com uma forte dor no ombro, que parecia algo simples à primeira vista, mas que depressa se veio a confirmar, pelo diagnóstico médico, que se tratava de um osteossarcoma, dando inicio a um caminho de "sim" a Cristo durante dois anos, caminho esse que foi percorrido com um sentido dominante: Jesus Cristo. Na verdade, no dia em que tem conhecimento do cancro ósseo, as suas palavras são: "Se é o que queres, é o que eu também quero", frase que irá repetir algumas vezes.
Ao contrário do que possamos imaginar, Chiara Luce não chora, não se revolta perante o sofrimento, antes pelo contrário, a sua atitude perante a notícia e de aceitação. É o seu "sim" ao seu Esposo: Jesus Cristo.
Durante o período de tratamentos e internamentos, muitas são as pessoas, (sobretudo jovens) que conforta no Hospital de Turim. Mas também muitos são os jovens que a visitam no mesmo hospital. Para todos tem uma palavra de consolação, de paz, de alegria e de amor.
Aos jovens deixa este testemunho: "Os jovens são o futuro. Eu não posso mais correr. Porém, gostava de lhes passar a tocha, como nas Olimpíadas: os jovens têm uma vida só e vale a pena empregá-la bem!"
O seu testemunho, a sua aceitação perante o sofrimento é sinal de conversão para muitos, em especial no hospital, durante o tempo em que decorrem os internamentos.
Sempre unida ao Movimento Focolar, acompanha pelo telefone ou pela televisão alguns encontros realizados. Chiara Lubich, fundadora do movimento, tem com ela uma relação estreita e envia-lhe uma carta em que afirma: "Chiara, não tenhas medo de Lhe dizer "sim", momento por momento. Ele te dará força, tem a certeza disto! Eu também rezo e estou sempre aí contigo. Deus ama-te imensamente e quer penetrar no íntimo da tua alma e fazer com que tu experimentes as gotas do céu."
Na verdade, não é uma cama de hospital que fará parar Chiara Luce no anúncio e no testemunho de Jesus Cristo. A nossa beata Chiara transforma o seu sofrimento no rosto de Jesus Cristo, a fim de ser sal e luz do mundo.
Chiara Luce une-se ao seu Esposo a 7 de Outubro de 1990, com a frase, como conta a sua mãe: "Esteja feliz, porque eu estou feliz!"
No dia 11 de Junho de 1999, D. Lívio Maritano, bispo de Acqui, que conheceu Chiara pessoalmente, inicia o processo de beatificação afirmando que "o seu testemunho foi significativo para os jovens. Precisamos de santidade nos dias de hoje: temos de ajudar os jovens a encontrar orientação, um objectivo, a ultrapassar a insegurança e a solidão, os seus enigmas perante os insucessos, o sofrimento, a morte, e todas as preocupações."
Volvidos dez anos, em 10 de Dezembro de 2009, é confirmado por decreto pontifício um milagre por intercessão de Chiara Luce a um rapaz de Trieste, com uma meningite fulminante, a quem os médicos haviam dado 48 horas de vida.
O seu "sim" a Jesus Cristo foi confirmado pela Santa Sé a 25 de Setembro de 2010, declarando-a "feliz em Deus", ou seja como beata.
Recentemente, o Papa Bento XVI exortou os cristãos "a seguirem o seu exemplo, no esforço de adesão a Cristo e ao Evangelho", durante uma audiência-geral, onde estavam presentes o bispo de Acqui, D. Giorgio Micchiardi, e o bispo emérito, D. Lívio Maritano, juntamente com alguns fiéis da sua diocese.
O testemunho de Chiara Luce Badano é uma resposta à interpelação do recente beato João Paulo II ao jovens do Terceiro Milénio: "Não tenhais medo de assumir as vossas responsabilidades: a Igreja tem necessidade de vós, precisa do vosso empenho e da vossa generosidade; o Papa tem necessidade de vós e, no ínicio deste novo milénio, pede-vos que leveis o Evangelho pelas estradas do Mundo."
No momento em que os jovens do mundo inteiro vivem a XXVI Jornada Mundial da Juventude, Chiara Luce Badano é luz, é estímulo para os jovens na sua adesão incondicional a Jesus Cristo que é Caminho, Verdade e Vida.
Chiara Luce representa o reverso de uma juventude que se acha alienada da fé, da religião e da sociedade. O seu testemunho é sinal de uma juventude disposta a firmar-se na fé e a firmar-se no futuro.
josé miguel
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Da Homilia de Pio XII, papa, proferida na canonizacão de Santa Maria Goretti
Nada temo, porque Vós estais comigo.
Todos conhecem o terrível combate que esta virgem, indefesa, teve de enfrentar. Contra ela se levantou, inesperadamente, uma tremenda e cega tempestade, que procurava manchar e violar a sua pureza angélica. Mas ao ver-se em tão grave situação, ela podia repetir ao divino Redentor estas palavras de ouro do livro da «Imitação de Cristo»: «Ainda que eu seja tentada e perturbada com muitas tribulações, nada temo, se a vossa graça está comigo. Ela é a minha fortaleza; ela me aconselha e ajuda. Ela é mais forte do que todos os meus inimigos». Assim protegida pela graça celeste, à qual correspondeu com uma vontade forte e generosa, deu a sua vida, mas não perdeu a glória da virgindade.
Na vida desta humilde criança, que apontámos em breves linhas, podemos ver um quadro não só digno do Céu, mas também digno de ser contemplado com admiração e veneração pelos homens do nosso tempo.
Aprendam os pais e as mães de família com quanto empenho devem educar na rectidão, na santidade e na fortaleza os filhos que Deus lhes deu, e formá-los na obediência aos preceitos da religião católica, para que possam, com o auxílio da graça divina, sair vencedores, sem feridas e sem manchas, quando for posta à prova a sua virtude.
Aprenda a alegre infância, aprenda a juventude ardente a não se deixar cair miseravelmente nos prazeres efémeros e ilusórios da paixão, a não ceder ante a sedução do vício, mas antes a combater com alegria, mesmo entre dificuldades e espinhos, para alcançar aquela perfeição cristã de bons costumes, que todos podemos atingir com a força de vontade, ajudada com a graça divina, por meio do esforço, do trabalho e da oração.
Nem todos somos chamados a sofrer o martírio; mas todos somos chamados a adquirir as virtudes cristãs. A virtude, porém, exige energia, que embora não atinja as alturas da fortaleza desta angélica menina, nem por isso obriga menos a um cuidado contínuo e muito atento, que deve ser sempre mantido por nós até ao fim da vida. Por isso, semelhante esforço pode ser considerado um martírio lento e prolongado, ao qual nos convidam estas divinas palavras de Jesus Cristo: O reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o arrebatam.
Esforcemo-nos todos por alcançar este objectivo, confiados na graça do Céu. Sirva-nos de estímulo o exemplo da virgem e mártir Santa Maria Goretti. Que ela, lá na mansão celeste, onde goza a felicidade eterna, interceda por nós junto do Divino Redentor, a fim de que todos, cada um segundo a própria vocação, com generosidade, com vontade decidida e com obras de virtude, sigamos o seu caminho glorioso.
(AAS 42 [1950], 581-582) (Sec. XX)
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
Caríssimos,
Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou, e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados. Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e em nós o seu amor é perfeito. Nisto conhecemos que estamos n’Ele e Ele em nós: porque nos deu o seu Espírito. E nós vimos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Se alguém confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e acreditámos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.
1Jo 4, 7-16
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